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Artigos atuais

Março 6, 2021 By Sr. M. Cacilda Becker

Medidas legais contra a publicação do livro por Dra. Alexandra von Teuffenbach

Medidas legais contra a publicação do livro por Dra. Alexandra von Teuffenbach

A Comunidade das Irmãs de Maria de Schoenstatt informa sobre medidas legais contra a autora Dra. Alexandra von Teuffenbach e a editora Traugott Bautz. www.schoenstatt.com documenta a seguir as informações sobre essas medidas legais relativas à publicação.

Irmãs de Maria de Schoenstatt
6 de março de 2021.

Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt

Informação para o Movimento Apostólico de Schoenstatt

sobre os passos legais referente à publicação  “Vater darf das” (ISBN 978-3-95948-494-7)

 

 

Monte Schoenstatt, 6 de março de 2021

O Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt iniciou uma ação legal contra a autora, Dra. Alexandra von Teuffenbach, e a Editora Traugott Bautz, após a publicação do livro “Vater darf das”. Protestamos contra o pré-julgamento do Pe. José Kentenich por este livro.

Foi pedido à autora do livro e à editora que retirassem essas acusações, mas eles não reagiram ao pedido. A partir daí, foi feito um pedido de “liminar provisória”, pelo qual as declarações no sentido acima mencionado devem ser proibidas. Ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre o pedido.

A circunstância que até agora nos impediu de tomar medidas legais contra as declarações feitas pela Dra. Alexandra von Teuffenbach é a questão da qualificação legal (a chamada “legitimação ativa”). Para este fim, deveríamos ser consideradas legítimas defensoras da pessoa do Pe. Kentenich post mortem. Recentemente o tribunal, responsável pela ação, declarou positivamente  a legitimidade das Irmãs de Maria de Schoenstatt para tal fim.

Além desta etapa legal, apoiamos todos os esforços que estão sendo feitos para reavaliação e esclarecimento histórico, e estamos dispostas a disponibilizar todos os documentos relevantes do arquivo de nossa comunidade para as diversas comissões com esta finalidade. Isto se aplica em particular ao grupo de peritos nomeado pelo Bispo Dr. Ackermann no contexto do processo de beatificação do Pe. Kentenich.

Dr. Bernd Biberger                                                                             Irmã M.Aleja Slaughter

Diretor Geral                                                                                              Superiora Geral

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Fevereiro 19, 2021 By Magdalena Rosario Lira

O combate cultural em torno da figura do pai

O combate cultural em torno da figura do pai

PressOffice Schoenstatt International
19. fevereiro 2021

“A caminho de uma sociedade sem pais”, este é o título do livro que Alexander Mitscherlich publicou, em 1963, em Munique. Este trabalho é o resultado do estudo de um longo processo social, que atingiu seu ápice nos anos 60. A autoridade das figuras paternas, tanto na esfera privada quanto na pública, estava visivelmente em erosão. Anunciava-se uma época em que a legitimidade da autoridade e a interação entre os sexos teriam que ser revistas.

Como surgiu este tempo?
Cheerful young family having breakfast at home.

Mudanças na Igreja

A Igreja estava e está envolvida neste processo de mudança. Esteve e está, por assim dizer, marcada por uma estrutura paternal. Ao título “padre” (que significa pai), está unida uma grande parte do poder que o padre exerce em relação àqueles que lhe foram confiados: o Santo Padre, com a Igreja no mundo todo; os bispos, com as igrejas de sua diocese [no rito da ordenação sacerdotal, aquele que apresenta a ordenação se dirige ao bispo dizendo: “Padre (pai) Bispo…”]; o pároco, com sua paróquia. Os recentes confrontos transcorridos no âmbito dos processos pastorais e sinodais mostram como esta concepção fundamental da paternidade mantém o seu valor e, ao mesmo tempo, é questionada.

O seguinte acontecimento, que coincide exatamente com a época dos confrontos entre o Pe. Kentenich e a Igreja, marca a impressão que a imagem eclesial de pai e, neste caso, do pai de família, tinha: em 1953: o Tribunal Constitucional da Alemanha aboliu a figura jurídica masculina de chefe de família. Os bispos alemães protestaram, porque viam isso como um enfraquecimento da ordem do ser estabelecida por Deus.

Igualdade de direitos entre homens e mulheres

Pe. Kentenich e a evolução da imagem do pai

 

É interessante que o desenvolvimento pessoal de José Kentenich – uma criança que teve que crescer sem seu pai, estudante, sacerdote e fundador das comunidades de Schoenstatt – ocorreu paralelamente a essa evolução social da figura paterna.

Pe. Kentenich leva em conta esta evolução, com grande sensibilidade, até sua morte em 1968. Ele o faz com base em seu princípio de que as crises são sinais dos tempos, por meio dos quais Deus chama nossa atenção, especialmente para certos valores. Portanto, paralelamente a esta desconstrução da imagem tradicional do pai, Padre Kentenich tenta construir uma nova imagem paterna, que deveria ser decisiva para as comunidades de Schoenstatt por ele fundadas, assim como para as famílias e para a Igreja.

Em relação às famílias, o fundador orienta-se em ideias tradicionais: ele considera o pai da família como  figura e  instituição a quem correspondia a última responsabilidade . Ele também tem uma imagem hierárquica do matrimônio e da família. A partir dos anos 50, ele percebe que ganha relevância uma concepção de casamento na qual os cônjuges eram vistos mais como companheiros. Pe. Kentenich está aberto a essa evolução e recomenda esperar para ver que imagem do casamento finalmente prevalece. 

 

Paternidade: acompanhamento amoroso e carinhoso

 

Precisamente esta recomendação indica, claramente, que a imagem fundamental de paterna, para o ele, não era sobretudo a estrutura externa, mas sim o acompanhamento amoroso e cuidadoso e a “autoridade natural” do pai, derivada deste acompanhamento. Para ele, o amor tem a primazia absoluta.

Esta atenção que o fundador de Schoenstatt deu à evolução das coisas em geral e da imagem da família, pai e mãe em particular, revela claramente sua disponibilidade e abertura para novos processos de mudança. Em outro contexto, e em relação à abertura do Movimento para captar e interpretar à luz da fé os processos na sociedade e na Igreja, ele orienta:

“O que no passado era feito sozinho, hoje deve ser feito como equipe. Perguntem-se que correntes são detectadas hoje. Pois se você não o fizer, eventualmente terá uma sociedade (estagnada) como madeira ou pedra”. (1964)

“Deve-se considerar como evidente que um movimento de renovação desta magnitude deve estar plantado no meio de todas as correntes ideológicas do mundo e da Igreja. Deve se deixar mover, sacudir por tais correntes, enfrentá-las, crescer nesse confronto, lucrar com o que é valioso e superar e descartar o que é duvidoso”. (1952)

 

A imagem do pai em palavras e atos

 

Padre Kentenich tenta, de vários modos, implantar esta imagem de pai no Movimento Apostólico de Schoenstatt. A primeira é a forma pela qual ele se coloca à disposição de cada pessoa e comunidade, como um companheiro paterno. Seu objetivo é encorajar indivíduos e comunidades a não dominar os diferentes processos de vida baseados, por exemplo, em um modelo estrutural hierárquico. Seu princípio: “Liberdade tanto quanto possível, vínculos obrigatórios somente os necessários e o máximo cultivo do espírito”, aposta não tanto na obediência à uma figura paterna, mas à motivação e à liberdade.

Para ele, era muito evidente que todas as comunidades de vida precisam de um pai amoroso. Por isso, seu desejo era que suas comunidades se vissem como famílias. Ele cuida de promover uma relação de amor mútuo entre os membros da família, tendo como modelo a família natural bem-sucedida. A acentuação da nova imagem do pai não devia ser entendida no sentido de uma preeminência do pai sobre a mãe. Ao contrário, ele sempre atribui às mães a condição de serem aquelas que cuidam, com amor e misericórdia, e valorizam os outros membros da família. Nos pais havia um claro déficit em relação a essas qualidades das mães, fator esse que era encoberto por meio de um comportamento autoritário.

 

A imagem do pai aberta à transparência

 

Para o Padre Kentenich, uma tarefa decisiva da figura paterna, em suas diferentes formas, é ser transparente: um pai deve ser sempre entendido como uma pessoa que transparece Deus, como o pai amoroso da humanidade. Mas, de forma alguma ele vê, em relação a essa tarefa, uma reivindicação de poder ou de disposição sobre os outros, como ocorria tradicionalmente. Ao contrário, ele está interessado em uma autoridade exercida a partir do interior, capaz de dar orientações, de motivar para as próprias decisões e de promover processos de crescimento pessoal. Todos aqueles que assumem as tarefas de pai devem ser os representantes de Deus. E isto se aplica às tarefas de pai tanto nas famílias naturais, como nas comunidades “de espírito de família” e, também, nas comunidades paroquiais, nas Igrejas locais e na Igreja como um todo, que deveria se considerar como “familia Dei” (família de Deus). 

Portanto, para o Pe. Kentenich, ser pai nas diferentes comunidades de vida não foi um meio de dominação, mas uma importante possibilidade de orientar as pessoas para uma relação com Deus, relações estas marcadas pelo amor e pela liberdade. Isto torna o ser humano capaz de dizer sinceramente: “Pai nosso que estais no céu”.

 

Desenvolvimento posterior da imagem do pai

 

Deve-se assumir que este processo de renovação da imagem de autoridade e de pai, na sociedade e na Igreja, continuará por um longo tempo. Um certo perfil já é visível: por exemplo, a imagem do homem como pai só pode ser definida levando em conta sua relação recíproca com a imagem da mulher como mãe. Ao delinear as duas imagens, não se trata tanto de demarcação de fronteiras, mas de busca de convergências. Neste sentido, não é perceptível que, atualmente, os partidos políticos procuram assegurar que suas posições de liderança sejam ocupadas por um homem e uma mulher? Isto não revela um processo histórico-cultural na sociedade e na Igreja que deve ser levado a sério? É um verdadeiro desafio perceber, aceitar e interpretar os sinais dos tempos à luz da fé na orientação divina.

Contribuições para uma visão mais ampla da Causa Kentenich

 

A pedido da Presidência Geral da Obra Internacional de Schoenstatt e em cooperação com diferentes pessoas do Movimento de Schoenstatt, estão sendo abordados assuntos que dizem respeito ao Pe. José Kentenich, fundador do Movimento, e sobre os quais são solicitadas mais informações . Esta abordagem é realizada devido ao conhecimento atual de documentos e escritos aos quais temos acesso. Os resultados das investigações e diálogos podem ser lidos nos respectivos artigos temáticos. Você pode enviar suas propostas de tópicos para novos artigos para: communication@schoenstatt.com

 

Assessoria de Imprensa Internacional de Schoenstatt

 

A Comissão de Mídia é responsável pela publicação dos textos: Ir. M. Cacilda Becker e Pe. Heinrich Walter – Coordenação Internacional do Movimento de Schoenstatt; Ir. Dra. M. Lisianne Braunbeck, Direção Geral das Irmãs de Maria de Schoenstatt; Heinrich Brehm PressOffice, Alemanha; Michael Defrancesco ; União de Famílias de Schoenstatt; Pe.  Ludwig Güthlein, Diretor do Movimento de Schoenstatt alemão; Dra. Gertrud Pollak, Superiora Geral do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt; Irmã M. Veronika Riechel, Irmãs de Maria de Schoenstatt.

 Os textos provêm de diferentes grupos de autores: da Comissão de redação, Prof. Dr. Hubertus Brantzen, Fr. Heinrich Hug, Prof., Dr. Joachim Söder, Sr. Dr. M. Nurit Stosiek ou de pesquisas realizadas por outras pessoas. 

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Fevereiro 4, 2021 By Sr. M. Cacilda Becker

Como se chegou às visitações episcopal e apostólica em Schoenstatt?

Como se chegou às visitações episcopal e apostólica em Schoenstatt?

Uma visitação é um procedimento normal na Igreja Católica e nem sempre é motivada por pontos de conflito. Por exemplo, um bispo visita regularmente as paróquias de sua diocese; e a cada cinco anos os bispos de um país se encontram com o Papa em Roma, nas chamadas visitas "ad limina".

PressOffice Schoenstatt International
4 de fevereiro de 2021

Como se chegou às visitações episcopal e apostólica em Schoenstatt?

Uma visitação é um procedimento normal na Igreja Católica e nem sempre é motivada por pontos de conflito. Por exemplo, um bispo visita regularmente as paróquias de sua diocese; e a cada cinco anos os bispos de um país se encontram com o Papa em Roma, nas chamadas visitas “ad limina”. 

Além desses motivos, quando surgem conflitos em uma diocese, ordem ou comunidade religiosa, ou em instituições da Igreja, podem ser solicitadas visitações especiais do bispo ou do papa. Tal visitação serve para preparar para as autoridades eclesiásticas a base para uma decisão objetiva e ao mesmo tempo pastoral. Toda a história da Igreja, até os dias de hoje, tem sido percorrida por visitações nas mais variadas formas, nas quais questões de doutrina, modos de vida, disciplina e autoridade da Igreja são investigadas e decididas. 

Estas visitações aconteceram segundo as estruturas habituais da Igreja e da cultura da época. Se as autoridades eclesiásticas fossem bastante autocráticas e autoritárias, as visitações então se realizavam segundo esse estilo. Portanto, é natural que as visitações do passado, como a que ocorreu em Schoenstatt, há setenta anos, foram feitas de uma maneira evidentemente diferente da que acontece hoje. Portanto, não só é sensato, mas também necessário examinar e avaliar tal visitação dentro de seu contexto e atualidade da época em que se realizaram.

A Igreja continua aportando coisas novas

Em uma Igreja guiada pelo Espírito Santo, crises e conflitos não são vistos principalmente como acidentes na sua história, mas como possibilidades e oportunidades para que a Igreja continue a se desenvolver e não fique no pensar e viver apenas de maneiras tradicionais. Além da necessidade de se proteger, a Igreja, olhando para trás, pode ser grata a todos aqueles que a princípio foram percebidos como críticos e conflituosos, mas que a fizeram ir além de suas fraquezas.

Algumas referências históricas

O Pe. Kentenich estava consciente da importância, mas também dos riscos envolvidos em uma visitação. Entretanto, ele não queria uma comunidade que tradicionalmente caminhasse por um caminho pré-estabelecido, mas sim uma comunidade que colaborasse na construção da “Igreja das novas margens”. Assim, as visitações ao Movimento de Schoenstatt não foram algo inesperado, como se estivesse caído do céu, mas expressamente desejadas pelo fundador. Com efeito, o Pe. Kentenich queria que a Igreja, por meio de suas autoridades, se confrontasse com sua fundação, a examinasse e a reconhecesse definitivamente, também no plano jurídico. Ele considerou que este processo era necessário para que fosse possível e continuasse sendo possível um trabalho fecundo para a Igreja.

História preliminar das visitações a Schoenstatt

Já em 1934 e 1935, surgiu um grande confronto na Igreja a respeito das chamadas “ideias especiais” de Schoenstatt. Depois que o bispo de Limburg, Dom Antonius Hilfrich, levantou sérias dúvidas sobre Schoenstatt, o arcebispo de Treves, Dom Bornewasser, encarregou Ignaz Backes, professor de dogmática, de preparar uma opinião sobre a doutrina e a espiritualidade de Schoenstatt. Na opinião de Backes, a relação fundamental entre Deus e o homem, sustentada em Schoenstatt, foi criticada. A direção geral dos palotinos enviou, então, o Pe. Peter Resch (1873-1966), membro do Conselho Geral, com a tarefa de convencer o Pe. Kentenich, por obediência, a renunciar às ideias especiais. (Entendia-se por ideias especiais, por exemplo, a expressão de que somos uma obra de predileção do amor de Deus, a expressão Capital de Graças, Aliança de Amor etc)

Durante a Segunda Guerra Mundial, novamente se levantaram vozes críticas, desta vez pelo Arcebispo de Friburgo, Dom Conrad Gröber. Após a Segunda Guerra Mundial, houve ainda mais críticas, devido à publicação das orações do Pe. Kentenich, compostas em Dachau, sob o título “Rumo ao Céu”. Em 1948, o bispo auxiliar de Bamberg, especialista na história dos dogmas, apresentou à Conferência Episcopal Alemã um parecer negativo sobre Schoenstatt. No outono (europeu) do mesmo ano, a Conferência Episcopal elaborou uma lista de exigências a serem atendidas pelo Movimento, lista que foi inicialmente mantida pelo Bispado de Treves. 

Para uma melhor compreensão da história preliminar da primeira visitação diocesana

A Primeira Visitação: Visitação Diocesana

Em 14 de fevereiro de 1949, o vigário geral da Diocese de Treves (à qual o território de Schoenstatt pertence) informou ao Pe. Friedrich Mühlbeyer (1889-1959), representante do Pe. Kentenich, que o bispo auxiliar, Dom Bernhard Stein, iria a Schoenstatt para realizar uma visitação canônica, por ordem do arcebispo. Anteriormente e no último momento, Treves havia decidido não enviar uma comissão de estudos – como sugerira o Pe. Kentenich – mas realizar uma visitação canônica. A razão desta decisão foi o pressuposto de que esta era a única maneira de conseguir uma abertura total nas declarações, especialmente por parte das Irmãs de Maria. Em sua palestra introdutória, Dom Stein deu ênfase especial a esta abertura. A visitação ocorreu de 19 a 28 de fevereiro de 1949.

A segunda visitação: a visitação apostólica

Em 18 de abril e 6 de novembro de 1950, Dom Stein apresentou dois relatórios à Congregação dos Religiosos em Roma. Em novembro de 1950, ele solicitou uma visitação apostólica – realizada pelo Vaticano – da Obra de Schoenstatt e especialmente das Irmãs de Maria. A visitação foi para examinar, sobretudo, o vínculo das Irmãs de Maria ao Pe. Kentenich e sua atitude eclesial, assim como as circunstâncias em que a superiora geral das Irmãs de Maria, Ir. Anna Pries, havia deixado seu cargo.

O Santo Ofício interveio, então, e nomeou como visitador o Pe. Sebastian Tromp, jesuita, conhecido teólogo de Roma, especialista em dogmática e teologia fundamental, assim como consultor do Santo Ofício. Ele era holandês e falava bem alemão.

A visitação apostólica começou na Semana Santa de 1951 e, por mandato de Pio XII, terminou em 3 de agosto de 1953.

No início, o visitador passou uma semana em Schoenstatt, para realizar uma visitação mais detalhada das Irmãs de Maria. Em seguida, convocou o Pe. Kentenich, que estava novamente na América do Sul, para comparecer em Roma, no início de maio, apresentando-lhe o seguinte dilema: ou ele renunciaria voluntariamente ao seu cargo ou então teria que esperar ser deposto e enviado ao exílio, do qual nunca mais voltaria. Ele também o informou que era “persona non grata” (alguém não bem-vindo) para os bispos alemães. O Pe. Kentenich consultou o Pe. Adalbert Turowski, superior geral dos Palotinos – comunidade à qual o Pe. Kentenich pertencia – e o Pe. Alexander Menningen, e tomou a seguinte posição: “Voluntariamente, nunca; por obediência, imediatamente”. E por meio do Pe. Turowski, ele deu esta resposta ao Pe. Tromp.

Pelos decretos enviados pelo Santo Ofício, no final de julho de 1951, o Padre Kentenich foi afastado de seu cargo de Diretor Geral das Irmãs de Maria e separado da Obra. Estes decretos foram comunicados às Irmãs, em 15 de agosto de 1951, em Schoenstatt. Padre Kentenich obteve permissão para ainda dar as conferências nas grandes jornadas, que ele havia programado e divulgado, para o outono (a Conferência Pedagógica e a Semana de Outubro de 1951). Após estas conferências, afastando-se das Irmãs e de Schoenstatt, ele viajou para a Suíça.

O apoio do Pe. Turowski ao Pe. Kentenich

Bibliografia:

Material mais detalhado sobre os conflitos do Pe. Kentenich com a Igreja: Schmiedl, Joachim, Der Konflikt um Pater Kentenich – Versuch eines Durchblicks, in: Regnum 55 (2020), Heft 4.
https://schoenstatt.com/wp-content/uploads/2021/01/SCHMIEDL-JOACHIM-Der-Konflikt-um-Pater-Kentenich-Versuch-eines-Durchblicks.pdf

Sobre o decurso das visitas: Zur Geschichte der Pallottiner und der Schönstatt-Bewegung, in:  Regnum 45 (2011), Heft 2. Se trata de un informe provisorio de la comisión de historia de los palotinos y de los padres de Schoenstatt. http://www.regnum-im-netz.de/download/hefte/REGNUM-45-2011-2.pdf

Contribuições para uma visão mais ampla da Causa Kentenich

 

A pedido da Presidência Geral da Obra Internacional de Schoenstatt e em cooperação com diferentes pessoas do Movimento de Schoenstatt, estão sendo abordados assuntos que dizem respeito ao Pe. José Kentenich, fundador do Movimento, e sobre os quais são solicitadas mais informações . Esta abordagem é realizada devido ao conhecimento atual de documentos e escritos aos quais temos acesso. Os resultados das investigações e diálogos podem ser lidos nos respectivos artigos temáticos. Você pode enviar suas propostas de tópicos para novos artigos para: communication@schoenstatt.com

 

 

Assessoria de Imprensa Internacional de Schoenstatt

 

A Comissão de Mídia é responsável pela publicação dos textos: Ir. M. Cacilda Becker e Pe. Heinrich Walter – Coordenação Internacional do Movimento de Schoenstatt; Ir. Dra. M. Lisianne Braunbeck, Direção Geral das Irmãs de Maria de Schoenstatt; Heinrich Brehm PressOffice, Alemanha; Michael Defrancesco ; União de Famílias de Schoenstatt; Pe.  Ludwig Güthlein, Diretor do Movimento de Schoenstatt alemão; Dra. Gertrud Pollak, Superiora Geral do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt; Irmã M. Veronika Riechel, Irmãs de Maria de Schoenstatt.

 Os textos provêm de diferentes grupos de autores: da Comissão de redação, Prof. Dr. Hubertus Brantzen, Fr. Heinrich Hug, Prof., Dr. Joachim Söder, Sr. Dr. M. Nurit Stosiek ou de pesquisas realizadas por outras pessoas. 

 

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Dezembro 15, 2020 By Luciana Loyola

Exercício ou abuso de poder

Exercício ou abuso de poder

O lugar que o Padre Kentenich ocupa em Schoenstatt e a denúncia de abuso de poder

9 de janeiro de 2021 - Press Office Schoenstatt International

Ultimamente a figura do Pe. Kentenich tem sido questionada. O Movimento de Schoenstatt assume como desafio analisar com uma atitude diferenciada alguns aspectos particulares, e assim aguçar o olhar sobre o fundador de Schoenstatt. E um desses aspectos é a questão da gestão do poder, que hoje é considerada com um olhar crítico na sociedade e na Igreja. O que diz o próprio Padre Kentenich sobre o assunto? O fundador ocupou um lugar de excessivo poder no Movimento? Que experiências tiveram seus colaboradores e integrantes da Obra de Schoenstatt nessa área?

 

Inúmeras testemunhas relatam a contínua exortação do fundador de Schoenstatt a ser “autônomo” no pensar e decidir, e “independente” na execução do decidido. Muitos testemunham que ele frequentemente reiterou slogans como: “Não acredite em mim, verifique tudo!” ou: “Eu não te digo como fazer: decida por você mesmo!”

 

A isto se acrescenta que para José Kentenich uma das definições do Movimento de Schoenstatt foi: “Um Movimento de liberdade”: “Se fazia e se faz referência à luta pela liberdade dos filhos de Deus. Schoenstatt nasceu como um Movimento de liberdade; como Movimento de liberdade, começou a trilhar o caminho da história; e espera nunca perder aquela grande missão que lhe é característica. ‘Abram caminho para a liberdade!’”. Por exemplo, o Pe. Kentenich interpretou sua ida a Dachau como um compromisso pessoal para que todo o Movimento conquiste essa liberdade. Sua intenção era estruturar todas as comunidades com base no princípio: “Liberdade, tanto quanto possível; vínculos obrigatórios apenas aqueles necessários; e

o máximo cultivo de espírito”.

 

Neste contexto, as acusações de abuso de poder são muito estranhas. Deve haver uma inconsistência entre palavras e ações a serem assumidas aqui?

 

Mais sobre o conceito de poder

A acusação de abuso de poder no caso do Pe. Kentenich

A suspeita surgiu depois de seu período na prisão em Dachau, quando a consciência do Padre Kentenich de ter uma missão própria se tornou mais evidente do que antes. Quem teve contato com ele lembra claramente que depois de Dachau houve uma mudança no Pe. Kentenich, no sentido de que ele adquiriu uma certeza maior sobre sua missão, uma certeza que sustentou com toda a sua pessoa: Se o Movimento saiu bem-sucedido em uma prova espiritual como Dachau, então o caminho para o futuro foi pavimentado. Mas nem todos foram capazes de seguir o fundador nesta nova confiança e consciência de sua missão.

No caso do Padre Kentenich, deve-se considerar também que ele era membro de uma comunidade sacerdotal na qual havia um claro equilíbrio de forças. Como reagiriam os superiores e os irmãos da comunidade se um de seus membros subitamente pretendesse ter uma missão eclesial própria que ia além do carisma da comunidade? Em tal situação, quase sempre é a última competição espiritual em uma comunidade. Além disso, é preciso contar que, ao fazer uma avaliação, a chamada invidia clericalis (inveja clerical) deve desempenhar um papel importante entre os irmãos: “O que este homem se arroga que nós ou eu não temos?”

No caso do Padre Kentenich, a questão específica era se a missão de Schoenstatt era uma missão própria ou uma missão incluída na missão de Pallotti. O Pe. Kentenich estaria talvez tentando dividir a comunidade entre aqueles que se sentiam parte de Schoenstatt e aqueles que tendiam a se distanciar de Schoenstatt? Nesse caso, seria compreensível que os membros da comunidade tomassem a iniciativa de evitar tal divisão.

Uma possibilidade de efetivamente eliminar uma pessoa é o debate sobre sua personalidade, como é praticado nas campanhas eleitorais nos Estados Unidos. Com acusações generalizadas, uma pessoa fica desacreditada sem mais nem menos a ponto de perder por completo toda a credibilidade no plano moral. Uma maneira muito eficaz é acusá-la de casos amorosos, abuso de poder, abuso espiritual e até abuso sexual.

Exemplos de tratamento do Padre Kentenich

O lugar que o Pe. Kentenich ocupa é tema constante das cartas, relatos e testemunhos preservados do contato com o Visitador Tromp. Eles expõem maciçamente a acusação de concentração de poder e o consequente abuso de poder. É o que se observa, por exemplo, na memória do Bispo Stein de 6 de maio de 1950, redigida como relato de sua visita à Congregação para os Religiosos, em Roma: “Até que ponto [o Pe. Kentenich] ocupa um lugar de ‘ditador’ também fica claro pelo fato de que, após seu retorno da América do Sul, onde permaneceu por dois anos, em fevereiro deste ano convocou a Diretoria (das Irmãs de Maria de Schoenstatt) à Suíça, onde as convenceu de que elas se demitirão ‘voluntariamente’ dos seus cargos”.

Em apoio a esta acusação, foram selecionadas algumas vozes de Irmãs que se distanciaram do Pe. Kentenich. Para traçar a imagem de um tirano, uma pequena parte do espectro total de afirmações é generalizada, deixando de lado aspectos muito importantes.

À acusação do bispo, o Padre Kentenich respondeu no dia 31 de maio de 1950 com ironia: Assim, o fundador “com sua personalidade fascinante e sua forma de governar” teria “cativado de tal maneira o seu Movimento que este o seguiria cegamente, deixando de lado toda a sua vontade, tomando as suas opiniões e a sua vontade como norma última da sua ação”…“E tudo isto apesar de ter passado dez anos fora de Schoenstatt: na prisão, no campo de concentração e no estrangeiro. Seria então uma questão da ação à distância de uma personalidade tal como raramente teria sido registrada na história(…) Então, pode-se dizer: quão limitada deve ser esta comunidade de seguidores – que, caso contrário, o acusador muitas vezes designa como de alto nível intelectual – se ela permitir que zombem dela daquela forma inusitada, principalmente quando não há meios externos de exercer o poder!”

Diante de tais acusações, há testemunhos como o do Pe. Franz Bezler, um dos colaboradores mais próximos do Pe. Kentenich: “Conheço o Pe. Kentenich há 33 anos. Pela minha experiência pessoal, posso dizer que é um educador notável, capaz de aceitar com extraordinária paciência e indulgência todo o crescimento e as deficiências humanas. Até agora não conheci outro superior que se esforçasse tanto por fazer jus a toda originalidade humana. Mesmo que estivesse há muito tempo convencido de que certo caminho não levava à meta, ele se contentava em dar conselhos, deixando tanto espaço para cada um de nós tentar o que julgava apropriado que muitas vezes ficávamos maravilhados. Sempre se preocupou mais com o crescimento, com o desenvolvimento da pessoa, do que com o sucesso externo”.

Avaliação

Por outro lado, as críticas aqui expressas ao modo de lidar com declarações que contam com até setenta anos, não devem ignorar o conteúdo particular das denúncias. No entanto, é absolutamente necessário examinar criticamente as afirmações em seu quadro histórico, analisar origens e tecido social, e só então chegar a avaliações honestas e abrangentes. Ao fazê-lo, deve-se levar em consideração que tais análises e avaliações estão sujeitas a evoluções e mudanças, ou seja, estão vinculadas ao nível de conhecimento que, no momento, se tem em função dos documentos examinados.

Contribuições para uma visão mais ampla da causa Kentenich

Por incumbência da Presidência Geral da Obra Internacional de Schoenstatt e em cooperação com diferentes pessoas do Movimento de Schoenstatt, serão discutidos temas que dizem respeito ao Pe. José Kentenich, Fundador do Movimento, e sobre os quais são solicitadas informações hoje. Esta abordagem é feita por causa do conhecimento atual dos documentos e escritos aos quais se tem acesso. Os resultados das investigações e diálogos podem ser lidos nos respectivos artigos temáticos. Você pode enviar suas propostas de tópicos para novos artigos para: communication@schoenstatt.com

Press Office Schoenstatt International

O Comitê de redação é responsável pelos textos publicados abaixo. Esta comissão é composta pela Irmã M. Cacilda Becker, Coordenação Internacional do Movimento de Schoenstatt; Irmã Dra. M. Lisianne Braunbeck, membro da Direção Geral das Irmãs de Maria de Schoenstatt; Heinrich Brehm, Assessoria de Imprensa de Schoenstatt – Alemanha; Michael Defrancesco, União das Famílias de Schoenstatt; P. Ludwig Güthlein, Diretor do Movimento da Alemanha; Dra. Gertrud Pollak, Superiora Geral do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt; Ir. M. Veronika Riechel, Irmãs de Maria de Schoenstatt, P. Heinrich Walter, Coordenação Internacional do Movimento de Schoenstatt.
Os textos provêm de diferentes grupos de autores (do Comité de redação , Prof. Dr. Hubertus Brantzen, Fr. Heinrich Hug, Prof. Dr. Joachim Söder, Sr. Dr. M. Nurit Stosiek) ou de pesquisas realizadas por outras pessoas.

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Dezembro 12, 2020 By Luciana Loyola

Por que o silêncio foi guardado por tanto tempo?

Por que o silêncio foi guardado por tanto tempo?

Sobre a confusão em torno da pessoa do Pe. Kentenich.

18 de janeiro de 2021 - Press Office Schoenstatt International

Em relação às atuais confusões sobre a pessoa do Pe. Kentenich e sua atividade como fundador do Movimento de Schoenstatt, muitos membros do Movimento fazem perguntas como: Por que ainda não ouvimos ou ouvimos muito pouco sobre essas coisas? Por que houve silêncio nas últimas décadas sobre o que agora vem à tona cada vez mais? E muitos acrescentam: eu quero saber a verdade!

 

Estas questões estão ligadas a um sentimento de decepção. A imagem do Pe. Kentenich que agora aparece no fórum público não se enquadra na imagem do fundador que foi transmitida no Movimento e que também se tornou a imagem pessoal que muitas pessoas têm dele. A confiança que muitas pessoas tinham nele está sendo testada, questionada ou mesmo destruída. Certamente essas perguntas e os sentimentos que as acompanham não devem ser ignorados. 

Uma visão honesta do fundador

Em nome de todos os ramos e comunidades do Movimento Internacional de Schoenstatt, queremos expressar claramente que nada será escondido, que nada será varrido para debaixo do tapete do silêncio. Trata-se de alcançar e compartilhar um olhar honesto, verdadeiro e diferenciado sobre o fundador e nossa história.

Mas encontrar a verdade é uma tarefa difícil e complexa. A verdade não é alcançada publicando e interpretando arbitrariamente documentos descobertos, sem conhecer seu contexto e as circunstâncias que lhes deram origem, e sem apontar inter-relações que não podem ser estabelecidas apenas com base no texto. É necessário um trabalho cuidadoso e paciente para descobrir e compreender estes contextos. Isto é o que diferentes comissões dentro do Movimento de Schoenstatt propuseram como seu objetivo. Os resultados de seu intenso trabalho serão apresentados neste site.

Por que não foi dito tudo?

Não publicar algo sempre significa encobrir? Hoje somos, com razão, muito sensíveis quando se trata de encobrir um comportamento criminoso ou agressivo. Ao mesmo tempo, há uma demanda por transparência absoluta. Por que certas coisas não foram tratadas à plena vista de todos?

Após a morte do Pe. Kentenich, os preparativos para a abertura de seu processo de beatificação começaram logo. Parte do processamento de tal processo é a coleta de todos os documentos relativos à pessoa e à vida do candidato, tanto a favor como contra. Tudo isso ocorre em um ambiente não público, a fim de garantir a maior objetividade possível das pessoas envolvidas no processo. 

Não se poderia partir do fato de que velhas acusações já haviam sido resolvidas após o retorno do Pe. Kentenich do exílio; após sua chegada a Schoenstatt no final de 1965; após a abertura do processo de beatificação pelo bispo que havia realizado a primeira visita e promovido a segunda; e finalmente após o “nihil obstat” concedido por Roma para o processo?

O conhecimento de que “tudo” tinha sido incorporado ao processo, tanto as vozes positivas quanto as negativas, e que, portanto, tudo estava sujeito ao julgamento das autoridades da Igreja, pode ter contribuído para que questões tão complexas fossem tratadas de forma menos abrangente. Isto foi agravado pela crença de que os documentos integrados nas atas do processo permaneceriam confidenciais mesmo fora do processo. Que este nem sempre é o caso, só recentemente se tornou claro.

Por que não havia informações detalhadas sobre aquela época?

Já existem várias iniciativas para pesquisar e apresentar com rigor histórico a história do fundador e do Movimento. Entretanto, certos antecedentes, contextos e dados pessoais foram ocultados. Trata-se de esforços que exigem muitos mais passos, e que certamente também ocuparão as gerações futuras em Schoenstatt.

Por que não foi possível obter mais informações anteriormente? Certamente uma razão é que as gerações anteriores viviam em contextos em parte muito diferentes dos atuais, de modo que alguns fatos foram avaliados de forma diferente em relação aos fatores condicionantes da época. Por exemplo, o Pe. Kentenich era um filho natural*, e no final do século XIX isto constituía uma mancha cujas tristes consequências só conhecemos de ouvir dizer. Esta mancha teve consequências sociais e até mesmo canônicas. De acordo com o Código de Direito Canônico de 1917, normalmente um filho natural não poderia ser um sacerdote. Por isso, o jovem José Kentenich recorreu aos Palotinos, uma comunidade religiosa que lhe ofereceu a possibilidade de trabalhar como sacerdote nos países de missão. O próprio Pe. Kentenich nunca discutiu publicamente este detalhe biográfico. Às vezes ele deixava entender que estava esperando por um sinal para falar sobre o assunto. Suas primeiras biografias seguiram seu exemplo, não para esconder a verdade, mas certamente por respeito a sua pessoa e sua atividade como fundador.

*Concebido fora do matrimônio. 

A razão pela qual a “Epístola perlonga”, a “Apologia pro vita mea” e outros escritos compostos no exílio não foram colocados à disposição de um grande público resulta da própria história de sua gestação. A maioria destes volumosos escritos foram escritos para os arquivos. Naquela época, era a única possibilidade que o Pe. Kentenich tinha de apresentar eventos e contextos do seu ponto de vista, de forma clara e sem adornos. Estes escritos apresentam o que o Pe. Kentenich coletou das diferentes partes, e a opinião que formou sobre este material.

Além disso, alguns desses escritos continham críticas claras e implacáveis às autoridades eclesiásticas e aos superiores de sua comunidade. Ele compôs seu “pedido de desculpas” na forma de uma carta de justificação ao Bispo de Tréveris. Ele a enviou primeiro ao Bispo de Münster, pedindo seu conselho. Este último respondeu que se ele sentia que havia sido tratado injustamente, tinha que suportar esta situação em silêncio por causa de sua obra. O Pe. Kentenich teria preferido falar claramente, mas ele seguiu o conselho do bispo.

Avaliação no contexto

Quanto à publicação de cartas pessoais e outros escritos – como já foi feito agora – a consideração destes deve ser ainda mais diferenciada. Toda uma série de contextos deve ser levada em conta a fim de obter uma imagem mais ou menos fiel do Pe. Kentenich. Nesta tarefa, não se trata de justificar ou minimizar vários de seus comportamentos, mas sobretudo de compreender a mentalidade da época.

O problema está no fato de que nós, cerca de setenta anos após os eventos, aplicamos critérios totalmente diferentes ao comportamento das pessoas em questão do que aqueles aplicados na época. Os conceitos de abuso espiritual e abuso do poder espiritual, como os entendemos hoje, ainda não existiam naquela época. Dada a sensibilidade da situação atual, a referência pela qual medimos a conduta e o exercício da autoridade oficial da Igreja hoje é muito diferente daquela aplicada nas décadas de 1940 e 1950. Por exemplo, em confissão, a absolvição foi muito naturalmente negada àqueles que não se comportavam de acordo com as normas da Igreja. Portanto, ninguém teria pensado em questionar a autoridade do confessor.

Além disso, naquela época, as formas de penitência eram generalizadas e hoje são difíceis de entender. Por exemplo, disciplinar-se ( flagelar-se) como uma penitência pelos seus pecados. Esta última ainda era comum em certas ordens religiosas no século XX.

Em relação ao Pe. Kentenich, a tarefa agora é avaliar sua conduta no contexto do tempo daquela época e de sua intenção pastoral e pedagógica, assim como sua missão. Devemos apontar exageros e práticas incorretas, fazer a interpretação correspondente e, se necessário, distanciar-nos delas. Isto se aplica especialmente a situações em que há falhas humanas.

A proteção do “forum internum” e da pessoa

Por que Schoenstatt não falou sobre essas coisas antes? Pelo mesmo motivo, geralmente não se falava deles na Igreja. O que aconteceu na área da confissão e do acompanhamento espiritual, que naquela época era chamado de “direção espiritual”, era absolutamente tabu e sujeito – como ainda hoje – a um rigoroso segredo de confissão. Tinha-se o dever absoluto de manter o silêncio sobre o “forum internum”.

Se alguém quisesse falar com outra pessoa sobre o que tinha experimentado na confissão, ele o fazia por sua própria conta e risco. Mas geralmente não era apropriado falar sobre isso publicamente. Em confissão e acompanhamento espiritual são tratados temas muito pessoais, de modo que dificilmente se quer falar sobre os segredos mais íntimos em uma reunião de pessoas, muito menos se quer que tais segredos sejam publicados. Esta é outra razão pela qual ninguém tentou procurar cartas pessoais, por exemplo, no arquivo das Irmãs de Maria, e publicá-las. Juntamente com o respeito pelos assuntos internos de uma comunidade estava acima de tudo o direito pessoal à preservação da esfera privada. Não ocorreu a ninguém, por exemplo, desenterrar e publicar coisas pessoais ou material incriminatório sobre a Ir. Georgia, uma irmã que agora está na boca de todos.

Este direito à preservação da pessoa foi seriamente prejudicado nas últimas publicações, a fim de desacreditar o Pe. Kentenich. Qual será o próximo passo? Será necessário desenterrar, por exemplo, todo o material sobre esta Irmã, a fim de revelar os verdadeiros antecedentes e, se necessário, ter uma visão totalmente diferente de certos eventos? Aqui existe um abismo entre o que entendemos hoje, na era da digitalização, como os direitos do indivíduo, e a exigência de esclarecimento exaustivo, mesmo que esses direitos estejam sendo violados com precisão. Surge um dilema difícil.

Primeiros passos importantes para a informação

Com grande honestidade podemos agora tentar abordar, para elaborar no sentido acima mencionado, algumas acusações contra o Pe. Kentenich, a fim de responder a necessidade de informação. 

Ao fazer isso, deve-se considerar o seguinte: é inegável que a estrutura da confissão ou do acompanhamento espiritual pode abrir um espaço no qual abusos podem ser cometidos. A publicação apressada de que o Pe. Kentenich teria cometido abusos sexuais é insustentável. A acusação restante de que, em relação a certas irmãs, o Pe. Kentenich teria abusado de sua posição de fundador, acompanhante espiritual e confessor para subjugar espiritualmente e em parte desumanamente essas Irmãs, ainda está por ser revista e verificada. Esta acusação deve ser investigada, apesar das muitas experiências nas comunidades de Schoenstatt de que o Pe. Kentenich tratava as pessoas com uma atitude de extraordinário respeito.

Neste ponto, pedimos a todos os membros do Movimento de Schoenstatt que confiem em nossos esforços sinceros para desenvolver e disponibilizar perspectivas novas e realistas a todos, mantendo o respeito por todos os envolvidos.

Contribuição para uma visão mais ampla da causa Kentenich

 

Por incumbência da Presidência Geral da Obra Internacional de Schoenstatt e em cooperação com diferentes pessoas do Movimento de Schoenstatt, serão discutidos temas que dizem respeito ao Pe. José Kentenich, Fundador do Movimento, e sobre os quais são solicitadas informações hoje. Esta abordagem é feita por causa do conhecimento atual dos documentos e escritos aos quais se tem acesso. Os resultados das investigações e diálogos podem ser lidos nos respectivos artigos temáticos. Você pode enviar suas propostas de tópicos para novos artigos para: communication@schoenstatt.com

Press Office Schoenstatt International

O Comitê de redação é responsável pelos textos publicados abaixo. Esta comissão é composta pela Irmã M. Cacilda Becker, Coordenação Internacional do Movimento de Schoenstatt; Irmã Dra. M. Lisianne Braunbeck, membro da Direção Geral das Irmãs de Maria de Schoenstatt; Heinrich Brehm, Assessoria de Imprensa de Schoenstatt – Alemanha; Michael Defrancesco, União das Famílias de Schoenstatt; P. Ludwig Güthlein, Diretor do Movimento da Alemanha; Dra. Gertrud Pollak, Superiora Geral do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt; Ir. M. Veronika Riechel, Irmãs de Maria de Schoenstatt, P. Heinrich Walter, Coordenação Internacional do Movimento de Schoenstatt.
Os textos provêm de diferentes grupos de autores (da Equipe de pesquisa, Prof. Dr. Hubertus Brantzen, Fr. Heinrich Hug, Prof. Dr. Joachim Söder, Ir. Dr. M. Nurit Stosiek) ou de pesquisas realizadas por outras pessoas.

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