Essa pergunta pode ter várias interpretações e respostas conforme as vivências pessoais, porém sabemos: a vida do Pe. Kentenich foi um contínuo confiar, um abandonar-se à atuação da Mãe de Deus, inteiramente na fé! Suas palavras no Congresso para a Liga Apostólica Feminina, em 1945, é um indicador bem preciso. Ele fala exatamente para hoje e, como profeta, nos indica o caminho seguro para esta situação em que vivemos. Talvez Deus nos queira dizer isso agora, por meio de nosso Pai e Fundador:

Palavras do Pe. Kentenich

“Eu penso que não devo concluir sem abordar a aflição que arde em nossa alma: necessidades da vida, necessidades econômicas e necessidades no campo da saúde. Podemos aparentar vitalidade exterior, mas se percebe em nós as necessidades básicas. Quem conhece um pouco a situação econômica do povo, sabe que provavelmente estamos a caminho de uma grande fome e que podemos esperar por epidemias. Diante deste cenário, tendemos naturalmente a assustar-nos e a estremecer. Permitam-me que recorde as palavras da Sagrada Escritura que, com tanta intensidade, ressoa na alma: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6, 33). Procuramos o Reino de Deus, o Reino de Schoenstatt no caminho que sempre nos foi apresentado. Todas nós queremos nos empenhar para tornar-nos autênticas filhas de Schoenstatt. Todo o mais nos será dado por acréscimo, também o necessário para comer e beber.

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As senhoras sabem como podemos administrar a crise econômica? Um dos meios econômicos mais importantes é e continua sendo a entrega total a Deus. Esta entrega nos protege e preserva de toda a necessidade, ou ainda, ela nos ajuda a sair vitoriosos de cada crise. A Mãe de Deus não é somente a Mãe das Graças, mas também a Mãe do Pão, a Mãe do Lar.

Sendo uma Família, devemos superar juntos as crises e preocupações econômicas e, tanto quanto possível, partilhar o pão de modo mais consciente. A Mãe de Deus seja a nossa Mãe do Pão comum, nossa Mãe do Lar comum.

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Quantas de nós hoje não têm mais um lar concreto! Quem deve dar-nos novamente um lar, um lar concreto? A Mãe de Deus! Mater habebit curam! (a Mãe cuidará) Quantas vezes nós usamos essa frase na prisão, no campo de concentração, no bunker [1] e em outros lugares: A Mãe cuidará”!

Como Mãe das Graças, ela cuidará para que nos tornemos novas personalidades, uma nova comunidade. Como Mãe do Pão, ela cuidará das necessidades físicas e da minha saúde. Como Mãe do Lar, ela cuidará das demais preocupações.

Por isso, aguardo com muita tranquilidade as preocupações e dificuldades. Se for preciso esperar dezenas de vezes a morte e comprovar a eficácia da expressão: “Mhc!”, como se deve estar convencida agora quando a usamos para superar a crise de pão, crises da vida, crise de saúde, crise de abrigo. Sim, verdadeiramente, ela se comprovou quando dissemos: “Mhc!” Assim foi sempre, assim ainda é hoje, e assim continuará até o fim da nossa vida: Mater habebit curam!

Milagres da confiança

Por essas palavras, nosso Pai e Fundador nos estimula a sermos milagres da confiança e a buscarmos, em primeiro lugar, o Reino de Deus, fazendo a nossa parte, continuando a trabalhar na formação da nossa personalidade, em nossa autoeducação! Se assim o fizermos, a Mãe nos dará tudo o que de fato necessitamos. O principal é que continuemos a propagar seu nome e o nome de seu Filho Jesus. Se buscarmos o essencial, Deus nos dará tudo o que necessitamos e será muito mais generoso do que podemos esperar, realizando até nossos desejos!

Não concentremos nossa atenção, nossas preocupações e conversas em assuntos que nos dispersem do essencial. Temos, sim, que tomar medidas prudentes tanto no que se refere aos cuidados com a saúde, como nas questões financeiras, etc., mas o centro das nossas ocupações seja como divulgar a Mãe de Deus, torná-la mais conhecida, amada e louvada! Do restante, ela mesma vai cuidar! Se cuidarmos dela, ela cuida de nós. Nada sem nós, nada sem vós!

 

[1] Bunker: Uma estrutura ou reduto fortificado, parcialmente ou totalmente construído embaixo da terra (subterrâneo), feito para resistir a projéteis de guerra. Originalmente construído como abrigo de guerra. Na citação do Pe. Kentenich, ele se refere ao bunker como prisão, ou seja, local em que ele ficou preso: “No dia 20 de setembro de 1941, depois de um interrogatório, o Pe. Kentenich foi preso pela Gestapo em Coblença. Inicialmente ficou detido no porão do alojamento da Gestapo em uma cela escura, onde permaneceu por quatro semanas” (Engelbert Monnerjahn. Uma Vida pela Igreja).