Novo Schoenstatt, Argentina: Santuário do Pai – Parte III

IR. CLARA MARÍA BERCETCHE

Panorama

O Fundador não foi reconhecido por seu próprio pai. Este espinho em sua carne permaneceu com ele durante toda sua vida. Sua ferida sangrenta foi curada pelas mãos maternais de Maria Santíssima. E foi precisamente esta ferida que abriu a porta para uma paternidade carismática que abraçou pessoas de todas as idades, condições culturais e estados de vida.

Esta paternidade carismática, que une o natural e o sobrenatural de forma orgânica, foi gravada nas almas daqueles que a experimentaram em suas viagens após Dachau. Também foi registrado na pedra de fundação do primeiro Santuário de Schoenstatt na Argentina:

“Este Santuário deve ser uma garantia e um compromisso para todos os tempos de que o princípio paternal será reconhecido na Igreja e no mundo e que o Reino do Pai – Deus – se espalhará triunfantemente. Ao mesmo tempo, deve ser um símbolo do amor paterno e da fidelidade filial”.

Santuário do Pai, de onde vem teu nome?

Sendo um Santuário dedicado à Mãe de Deus, sob o título de Schoenstatt, não há dúvida de que é um santuário mariano, mas como é fortemente marcado pelo cunho paternal, adquiriu o título de Santuário do Pai.

O Pai é em primeiro lugar, logicamente, Deus Pai.

Em 1947, quando o Fundador de Schoenstatt chegou à América do Sul, fundou três províncias entre as primeiras Irmãs missionárias da comunidade das Irmãs de Maria que ele havia enviado antes da Segunda Guerra Mundial. Providencialmente, o Brasil foi associado a Cristo, o Chile ao Espírito Santo e a área da Argentina e do Uruguai a Deus Pai, formando uma “Assistência da Santíssima Trindade”. O selo patrocêntrico que marcou esta terceira província foi expresso de muitas maneiras diferentes, uma delas foi colocar pela primeira vez o Símbolo do Pai em um Santuário de Schoenstatt – 1948: Santuário de Nueva Helvecia, Uruguai, a segunda: 1952, Novo Schoenstatt, Argentina.

A Santíssima Virgem, o turbilhão que nos conduz ao Pai

Quando o Pe. José Kentenich colocou o símbolo de Deus Pai no Santuário de Novo Schoenstatt, ele disse:

“A Mãe de Deus não é apenas um turbilhão que nos conduz a Cristo, mas também ao Pai”. Mãe e Filho têm apenas uma tarefa: conduzir os que lhe são confiados ao Pai. Aqui temos o grande simbolismo diante de nossos olhos. Certamente, nós, como Província do Pai, temos, desde o início, a tarefa de trazer uma corrente patrocêntrica para a Família, para o mundo e para o nosso tempo” – 19 de março de 1952.

O Pai do céu precisa de pais na terra

Sabemos que a Pessoa de Deus Pai não se encarnou. Nós o conhecemos através de Jesus Cristo. Foi o que o Fundador nos disse quando colocou o símbolo de Deus Pai no Santuário de Novo Schoenstatt:

“Em nosso modo simples de pensar, que sempre vê a natureza e a graça como um todo, vemos como Deus cuida para que em nosso caminho encontremos as transparências de Deus Pai. Se a Mãe de Deus quer criar uma profunda renovação mundial a partir de seus Santuários, então ela também deve cuidar para que as transparências de Deus Pai – o pai humano como reflexo do Pai eterno – sejam mais uma vez o lugar de descanso aqui na terra.

Por esta razão, cada figura paterna ou materna: o pai e a mãe em sua família, a autoridade em uma empresa ou em um país, será sempre o representante de Deus, que finalmente une toda paternidade no céu e na terra.” O fundador conclui com estas palavras:

“Milhões e milhões de homens não têm ideia dos traços paternos de Deus porque nunca perceberam o reflexo desse Deus, esses traços paternos, em seu pai humano. Vocês sabem como me senti profundamente encorajado a sacrificar tudo para que esta ordem de salvação de Deus pudesse se tornar uma realidade…”.

Em 17 de maio de 2020, o Papa Francisco coincidiu com estas palavras: “Peçamos ao Espírito Santo que nos lembre de sempre, sempre, deste acesso ao Pai; que nos lembre que temos um Pai, e a esta civilização que tem um grande sentido de orfandade, conceda a graça de redescobrir o Pai, o Pai que dá sentido à toda vida e faz dos homens, uma só família”.

É precisamente esta missão que a Mãe de Deus deseja desdobrar a partir deste trono de graças localizado na Argentina.

Um Santuário emblemático na história de Schoenstatt, um testemunho de lutas que o tornaram forte, um lugar de uma paternidade que abraça o céu e a terra.

Jubileu do Santuário Nacional de Schoenstatt na Argentina

O Santuário do Pai foi abençoado pelo Pe. José Kentenich em 20 de janeiro de 1952. Hoje ele está a caminho de celebrar seu 70º aniversário. Novo Schoenstatt, na localidade de Florêncio Varela, Buenos Aires, onde se encontra este Santuário Nacional de Schoenstatt, será o local das celebrações, que acontecerão de 18 a 20 de janeiro de 2022. Mais informações estarão disponíveis em

https://www.facebook.com/nuevoschoenstatt.

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