Numerosos encontros com povos indígenas, incluindo ex-alunos das escolas residenciais e os fiéis que participam da sugestiva peregrinação ao Lago de Santa Ana, marcarão a viagem do Papa Francisco ao Canadá de 24 a 30 de julho. A Sala de Imprensa do Vaticano divulgou hoje (23/06) o programa oficial. Uma agenda cheia de compromissos, com muitos espaços entre eles para permitir ao Pontífice momentos de descanso, na qual estão previstas visitas a Edmonton, Maskwacis, Quebec, Iqaluit, quatro discursos, quatro homilias, e uma saudação.

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Partida de Roma para Edmonton

Mais em detalhes, a partida do Aeroporto de Roma/Fiumicino está programada para as 9 horas da manhã do dia 24, com destino a Edmonton. O Papa chegará lá após uma viagem de cerca de treze horas, desembarcando às 11h20 (horário canadense) no Aeroporto Internacional, onde será realizada a recepção oficial. A viagem papal entrará em pleno andamento no dia seguinte, segunda-feira 25 de julho, com uma parada em Maskwacis, uma comunidade no centro de Alberta. Neste lugar, cerca de 70 km ao sul de Edmonton, Francisco se encontrará pela manhã com os povos indígenas das Primeiras Nações, Métis e Inuit, uma representação dos quais foi recebida no Vaticano de 28 de março a 1° de junho. O Papa fará seu primeiro discurso da viagem. À tarde, ele se encontrará com outros povos indígenas e membros da comunidade paroquial na Igreja do Sagrado Coração, em Edmonton.

A peregrinação ao Lago de Santa Ana

Na terça-feira, 26 de julho, festa dos Santos Joaquim e Ana – para com os quais os povos indígenas têm uma devoção profunda – o Papa Francisco celebrará a Missa pela manhã no “Estádio Commonwealth” em Edmonton. Às 17h, será realizado um dos eventos mais significativos de toda a viagem: a participação do Bispo de Roma no “Lac Ste. Anne Pilgrimage”, ou seja, a peregrinação anual em homenagem a Santa Ana às margens do pitoresco Lago em Alberta, cerca de 72 quilômetros a oeste de Edmonton. Trata-se de um dos encontros espirituais mais populares na América do Norte. Fundado em 1887 pelos missionários dos Oblatos de Maria Imaculada, ainda hoje atrai cerca de 40.000 peregrinos e está particularmente próxima do coração dos povos das Primeiras Nações que participam fielmente todos os anos. O Papa presidirá a Liturgia da Palavra e proferirá uma homilia para a ocasião.

Etapa em Quebec

No terceiro dia da viagem, 27 de julho, Francisco irá a Quebec, onde chegará na parte da tarde. Na residência do Governador Geral, a chamada “Citadelle de Québec”, será realizada a cerimônia de boas-vindas, seguida de uma visita de cortesia à Governadora Mary Simon e, em seguida, um encontro com o Primeiro Ministro François Legault e as autoridades civis, acompanhados pelo corpo diplomático e representantes dos povos indígenas. O Papa dirigirá um discurso a todos eles. Ainda em Quebec, Francisco celebrará a missa na manhã de 28 de julho no Santuário Nacional de Sainte Anne de Beaupré, um lugar de culto cujas origens remontam ao século XVII e que atrai até um milhão de fiéis anualmente. O segundo compromisso do quarto dia será às 17h, com as Vésperas na Catedral de Notre Dame com bispos, sacerdotes, diáconos, seminaristas e agentes da pastoral.

Reunião privada com alunos de ex-Escolas residenciais

A manhã de sexta-feira, 29 de julho, será aberta com um encontro privado com os membros da Companhia de Jesus, no Arcebispado de Quebec. No mesmo local, o Papa se encontrará mais tarde com uma delegação de indígenas presentes na cidade francófona. Às 12h45, o Pontífice partirá de avião para Iqaluit, capital do Território Canadense de Nunavut, localizada ao sul do Círculo Polar Ártico, mas caracterizada por um clima polar. Construída como uma base aérea americana, há séculos é utilizada pela comunidade Inuíte como um local de pesca. De fato, seu nome significa “lugar de muitos peixes”. Francisco irá a uma escola de ensino fundamental local para se encontrar com um grupo de alunos das ex-Escolas residenciais. As Escolas foram criadas pelo governo canadense entre o final do século XIX e as últimas décadas do século XX para assimilar culturalmente as crianças indígenas. Confiadas às Igrejas cristãs locais, incluindo a Igreja Católica, nestas instituições geralmente subfinanciadas, as crianças sofreram com frequência abusos e maus-tratos físicos e psicológicos. Algumas dessas vítimas tinham vindo a Roma no encontro mencionada acima no final de março e contaram suas histórias ao Papa. Na audiência com os nativos e bispos canadenses em 1° de junho tinha pedido publicamente perdão. Depois deste encontro, o Papa Francisco irá para o Aeroporto de Iqaluit, onde será realizada a cerimônia de despedida. Às 18h45 ele partirá para Roma, onde desembarcará no dia seguinte, 30 de julho, às 7h50, horário da Itália.