Karen Bueno
O Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt celebra neste sábado a ordenação diaconal do seminarista Gabriel Felipe Oberle. Rezemos por Gabriel, por sua vocação e por sua nova missão.
Quem é Gabriel, o próximo diácono?
Gabriel é natural de Londrina/PR e escolheu como lema, para esta ordenação, a frase: “O menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40).
A Santa Missa será limitada a um grupo restrito de familiares e amigos, devido à pandemia, mas todos estão convidados a acompanhar a celebração, no dia 24 de julho de 2021, às 10 horas, pelo Youtube, no canal do Santuário Sião Jaraguá.
Acompanhe abaixo a entrevista com o Gabriel, na qual ela fala sobre este momento especial:
Como você conheceu a comunidade dos Padres de Schoenstatt e o que o levou, qual o impulso, para mergulhar nessa jornada?
Desde pequeno eu visitava o Santuário de Schoenstatt de Londrina junto aos meus pais, mas não conhecia o Movimento. Em 2008 um amigo me convidou para participar do Círculo da Aliança, para fazer uma espécie de consagração à Maria, que selei no dia 5 de julho do mesmo ano. Uma semana antes da Aliança, fui convidado a participar das Missões Universitárias que aconteceram no fim do mesmo mês. Desde aí comecei a participar do Jumas e foi surgindo uma amizade com os Padres e Seminaristas em Londrina.
Sempre fui muito participativo na paróquia. A pergunta vocacional não foi uma novidade, mas também não era algo presente quando entrei no Jumas. Acredito que a naturalidade e amizade com os Padres me levaram a voltar à pergunta e em começar um novo caminho de respostas.
Como foi sua trajetória de formação, por quais estágios passou?
Entre 2012 e 2013 vivi no Paraguai, onde temos nosso Noviciado. No primeiro semestre de 2013 fiz meu estágio laboral em Ciudad del Este/Paraguai, junto com Vicente Pesce e Francisco Salles, dois chilenos que foram do meu curso. Ambos seguiram a vocação do Matrimônio.
Em 2014 comecei os estudos de Filosofia e Teologia em Santiago do Chile. Neste primeiro momento pude acompanhar apostolicamente ao Jumas do Santuário de Campanário, também em Santiago.
Em 2017 fiz meu estágio pedagógico na Casa Central dos Padres de Schoenstatt no Jaraguá, São Paulo/SP, quando pude acompanhar mais de perto ao Jumas do Regional Sudeste. Também me marcaram muito neste ano as participações nas Missões Cristo Tabor, Jovem Tabor e Missões Familiares, assim como poder participar da vida do Santuário Sião Jaraguá e da bênção do Santuário de Caieiras.
No ano de 2018, junto com o meu curso, tivemos nosso terciado e um tempo de formação em Schoenstatt. Voltando na metade do mesmo ano para Santiago, para seguir com os estudos. Nesse tempo de retorno ao Chile, acompanhei apostolicamente a Fundação Misericórdia, um projeto situado em um bairro vulnerável da capital chilena que acompanha crianças.
Neste tempo final da formação, tive a alegria e o desafio de trabalhar na restauração dos móveis do Santuário Sião da Trindade, que fica no nosso Seminário em Santiago.
Para você, por que vale a pena essa escolha em ser sacerdote?
Acredito que vale a pena aceitar a escolha que Deus tem para nós. Nossa vida está nas mãos d’Ele, basta que reconheçamos isso. Deus me chamou ao sacerdócio para que eu possa ser feliz e levar Cristo aos demais, eu só aceitei esse chamado. Se olho minha história de vida, posso encontrar vários momentos em que Maria esteve presente do meu lado e me ajudou a encontrar a felicidade, mas também posso reconhecer que todo o meu caminho de vida foi um caminho de buscar a felicidade junto a Deus.
Quando vemos nossa vida como um caminho de felicidade, a realidade encontra seu verdadeiro sentido.
Por isso, mais que pensar se valeu a pena escolher ser sacerdote, eu acredito que vale a pena entregar minha vida ao caminho para o qual Deus me chamou e, assim, poder ser mais feliz e levar Cristo às pessoas que Ele colocar no meu caminho.
“O menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40).
Por que escolheu este lema para a ordenação diaconal e o que espera, a partir dele, para este ministério?
O lema da ordenação veio nesse mesmo caminho de entregar-me à vontade de Deus. Foi um caminho de reconhecer-me como uma criança nas mãos de Deus.
Durante o retiro de ordenação dos meus irmãos de curso, em novembro do ano passado, encontrei uma imagem em um livro que me chamou a atenção. Era uma pintura de Frei Roger (fundador da comunidade Taizé) de um menino com um aviãozinho nas mãos. Fiquei com aquela imagem na cabeça, mas troquei o aviãozinho por um barquinho de papel, um símbolo que me acompanha faz muitos anos. O barquinho de papel me lembra essa mesma entrega nas mãos do artesão, me lembra a história que tenho escrita no papel, me lembra a minha fragilidade, me lembra a força da arte, etc. Assim que o barquinho de papel nas mãos daquele menino conseguiu juntar vários elementos pessoais.
O segundo passo foi o que me levou ao lema. Com a imagem do menino com o barquinho já montada, fui me aproximando cada vez mais da imagem de Jesus criança, que aprende a caminhar com José e Maria, que brinca no jardim de casa, que ajuda José na marcenaria, que corria para pedir pão a Maria… um Jesus que cresceu como uma criança qualquer, que passou por todo um caminho de descobertas e desenvolvimento. Então procurei esse versículo que representa em poucas palavras todo esse processo que passou Jesus com a Graça de Deus.
Por último, sempre confiei que tenho um Anjo da Guarda que me acompanha e protege. Como meu nome é Gabriel, de certo modo a imagem do Arcanjo Gabriel sempre esteve presente na Graça de Deus, acredito que eu cresci acompanhado pela presença do meu Anjo da Guarda. Por isso escolhi a oração do Santo Anjo para este tempo.
Fotos: cathopic, schoenstatt.org.br.