No fim de semana de 1 a 4 de maio, realizamos pela primeira vez as Missões Familiares com a Família de Schoenstatt da cidade de Buenos Aires, Argentina, na localidade de Brandsen, com um grupo de mais de 100 missionários.
Após um período de discernimento e um tempo de preparação, que não foi muito longo, mas muito intenso, decidimos viver esta experiência transformadora que nos une como Família e que nos torna, nas palavras do Papa Francisco, “Igreja em saída” que vai ao encontro dos irmãos, levando a presença da Mãe e oferecendo a alegria da fé compartilhada. Assim, quisemos dar vida ao lema que nos inspirou naqueles dias e que evoca o ano jubilar que vivemos e a essência do que é ser missionário em família: “Lar em Aliança, acende a Esperança”.
Uma experiência surpreendente de sinodalidade
Esta foi para nós uma experiência fundacional. Estamos conscientes de que as Missões Familiares são uma corrente de vida que já conta com 26 anos ininterruptos de missões na Argentina e se multiplicaram e deram frutos por todo o país. Por isso, também queríamos viver essa experiência na cidade de Buenos Aires e oferecê-la como um caminho para contagiar e fortalecer a fé das famílias, especialmente as famílias jovens e com crianças.


Algo surpreendente é que pudemos receber o dom de compartilhar a alegria da vocação missionária familiar, unindo todas as idades e todos os estados de vida em uma profunda experiência de comunidade: famílias com crianças, jovens e idosos, leigos e consagrados, membros da Família de Schoenstatt de Belgrano, de Confidentia, de Zona Mater, de La Plata e de San Isidro, e até mesmo com a companhia da Campanha da Mãe Peregrina e da comunidade paroquial da localidade de Bransdsen. E isso sem deixar de mencionar que compartilhamos o acompanhamento das Missões com os Padres de Schoenstatt, com a União dos Presbíteros de Schoenstatt e com as Irmãs de Maria. Incorporamos à comunidade até mesmo uma religiosa da Companhia de Maria que quis se juntar a nós nesses dias como mais uma missionária. Toda uma experiência de sinodalidade!
Adriana Guerra, de Belgrano, conta: “Desde a minha juventude, eu não ia mais para missões. Hoje, com 56 anos, já pensava que talvez tivesse passado o momento – as missões geralmente são para jovens. Mas Schoenstatt me ofereceu a possibilidade de voltar a missionar. Foi uma experiência dupla: compartilhar com as pessoas do lugar, mas ao mesmo tempo criar vínculos familiares, viver o mesmo espírito de comunidade com um ideal compartilhado, rezado e vivido… E, como os jovens cantaram e cantaram: “E assim descobrir esse fogo que grita na alma: ‘Sou missionário’”.
Uma experiência renovadora e cheia de alegria
Creio que essa experiência de comunhão eclesial e familiar foi algo extraordinário. Uma graça especial que entendo que Deus quer nos dar neste tipo de vivência missionária, que, por outro lado, é uma expressão palpável, vital e concreta daquilo que a Família de Schoenstatt aspira ser como carisma no seio da Igreja. Porque é disso que se trata: poder vivenciar concretamente uma experiência apostólica que significa ser família, compartilhando a fé e a vida cotidiana. Assim nos unimos nos momentos de oração, nas refeições e no trabalho doméstico; no trabalho missionário de visitar os vizinhos casa por casa, o hospital, o lar de idosos e a praça, saindo ao encontro dos demais, sejam crianças, jovens ou idosos, sadios ou doentes, junto à imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt.

Maríla e Antonio Laquaniti, casal missionário da Confidentia, dizem: “Foi uma experiência renovadora e cheia de alegria! Com o papel que nos coube desempenhar, pudemos testemunhar a providência de Deus e a generosidade de todos os que apoiaram estas missões. Esperamos que os vínculos criados possam se fortalecer. Adoramos fazer parte!”
Uma surpresa da Providência: As relíquias de uma família santa
Pessoalmente, achei surpreendente como a Providência cuidou para que pudéssemos levar conosco, nesta missão, as relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus e de seus pais, Santos Zélia Guerín e Luís Martan, que foram canonizados como um casal. Em suma, a Padroeira Universal das Missões e um Casal Santo. Essas mesmas relíquias peregrinaram pelas ruas de Brandsen acompanhadas pelas comunidades paroquiais no dia em que, providencialmente, se reuniram o bispo diocesano e as comunidades religiosas da diocese, no Carmelo de Santa Teresa, que fica ali mesmo, em Brandsen!
As religiosas carmelitas ficaram agradecidas por receber as relíquias, junto com a visita dos missionários e do bispo. Para concluir a peregrinação, que havia saído da paróquia central de Brandsen, culminou com a missa presidida por Dom Juan Ignacio Liebana na paróquia “Santa Teresinha do Menino Jesus”. Santa Teresinha recebeu Santa Teresinha!


Maria José Esposito, de Belgrano, resume: “Foram apenas quatro dias, mas repletos de vida, de Deus, de entrega, de encontros. O que mais me impressionou foi a alegria com que se vivia cada dia. Desde os pequeninos até os mais velhos, com mais de 80 anos, todos saíamos com entusiasmo para missionar. Éramos famílias inteiras, jovens, casais, consagrados, unidos na mesma missão. Havia um clima de fraternidade, de comunidade viva. As orações com o Santíssimo eram o coração de cada dia: enchiam nossa alma para sair e dar tudo. Volto desta missão com o coração dilatado.”
A alegria e a sintonia que experimentamos nesses dias são difíceis de explicar. Só se compreende realmente quando se vive. E são frutos, repito, de uma graça especial que a Mãe nos concede nessas experiências porque, interpreto, quer nos animar a ser “discípulos missionários” e “peregrinos da esperança”, sustentados na Aliança de Amor e na experiência de ser Família, para doar aquilo mesmo que, por carisma, experimentamos a tantos que o procuram e precisam.
Tradução: Karen Bueno