Em 3 de maio de 2022 um comunicado de imprensa da Diocese de Treves tornou público que por enquanto o Bispo Dr. Stephan Ackermann não prosseguirá ativamente o processo de beatificação do Padre José Kentenich, fundador da Obra internacional de Schoenstatt. Ele incentivou o prosseguimento da pesquisa livre, que pode levar ao esclarecimento das questões em aberto. Neste contexto, o Bispo informou também que havia solicitado uma nova investigação das denúncias de um cidadão norte-americano que acusou o Padre Kentenich de abuso sexual.

Como o Bispo de Treves já havia explicado na entrevista de 10.3.2021 ao jornal da Igreja “Paulinus” , essa denúncia já foi examinada na arquidiocese de Milwaukee em 1994/95. Na entrevista, o Oispo resumiu: “A investigação das denúncias realizada pela arquidiocese de Milwaukee resultou num relatório escrito pelo tribunal eclesiástico local. Nesse relatório está expresso que não havia razão para dar continuidade ao referido assunto naquele momento. Dentro da fase diocesana nos foram enviados todos os documentos. Eles foram avaliados e chegou-se à conclusão de que a investigação da arquidiocese de Milwaukee era consistente e podia ser considerada conclusiva.”

Aproximadamente 25 anos depois, no entanto, o Bispo se perguntou: “se a investigação realizada naquela época pode ser considerada suficiente também de acordo com os critérios atuais, ou se não foram tomados em consideração aspectos que ainda devem ser incluídos para se chegar a uma avaliação final”.

Por este motivo, o Bispo Ackermann encarregou o advogado Steven M. Biskupic, promotor público daquela época, para conduzir uma nova investigação das mencionadas denúncias. No início do ano, o bispo recebeu um relatório detalhado e um resumo redigido pelo mesmo advogado das suas conclusões. Esse resumo foi comunicado à Presidência geral da Obra internacional de Schoenstatt e publicado no site da Diocese de Treves.

Em suas explanações, o advogado deixa claro que a investigação minuciosa realizada em Milwaukee em 1994/95 tomou mais medidas do que as que eram juridicamente necessárias naquela época para esclarecer o caso. Segundo o advogado, no entanto, o longo espaço de tempo entre os supostos acontecimentos e hoje impossibilita que “para todos os envolvidos, infelizmente, … devido à morte de testemunhas-chave seja estabelecido um resultado final”. Ele sugere que em vez de buscar um resultado final neste caso, considerem-se as denúncias não comprovadas “como um fator em um estudo mais amplo da vida do Padre Kentenich”. Em seu resumo, o advogado menciona que, “entretanto, tornaram-se públicas outras denúncias contra o Padre Kentenich do tempo que esteve na América do Sul”. Com isto, evidentemente, ele se refere às denúncias apresentadas por Ir. Georgia Wagner, relativas aos encontros com o Padre Kentenich, no Chile. Estas denúncias já eram conhecidas no processo de beatificação.

O Movimento de Schoenstatt, por sua vez, disponibiliza aqui o documento sumário do advogado. Como é habitual nos EUA, por razões legais, não são feitas referências da pessoa do acusador; refere-se a ele com um nome fictício.  Por motivo de proteção pessoal, não é permitida a publicação do relatório do advogado.

Leia o relatório