Dom Ackermann, em uma entrevista com a katholisch.de esclarece a sua decisão na Causa Kentenich, anunciada num comunicado de imprensa da Diocese, em 3 de maio. Na entrevista publicada literalmente na katholisch.de ele justifica a sua decisão com questões não resolvidas e alegações de abusos cometidos pelo Padre Kentenich, questões estas que no seu parecer não podem ser esclarecidas no curso de um processo de beatificação.
Ackermann também esclarece que até o momento não houve investigações por parte dos peritos encarregados disto no ano passado. “Até agora, tenho consultado especialistas em diversas disciplinas, procurando maneiras de proceder corretamente nesta situação”, disse o Bispo de Tréveris. Sua conclusão: Faz-se necessária “uma investigação livre e transparente”, que não pode fazer parte de um processo liderado e encomendado por ele. As discussões dos últimos dois anos bem como os novos documentos disponibilizados indicam “que ainda não esgotamos o que se tem a dizer sobre a vida, a obra e a espiritualidade do Padre Kentenich.” É preciso ainda ser pesquisado muito mais. Por exemplo, diversas questões requerem “estudos individuais de diferentes disciplinas cujos resultados poderão então ser reunidos”. O Bispo tem em consideração que as acusações contra a pessoa do Padre Kentenich no momento não podem ser refutadas, por este motivo não pode dar continuidade ao processo de beatificação.
Em sua declaração sobre a decisão do Bispo, a Presidência internacional da Obra internacional de Schoenstatt afirma que partilha o objetivo de Ackermann de uma pesquisa livre e transparente sobre todas as questões relativas ao Padre Kentenich, e enfatiza: “Onde até então, por consideração para com o processo de beatificação em curso, eram exigidas reserva e discrição, questões abertas e reconhecimentos podem agora ser tratadas com a necessária abertura e comunicadas.” A continuação da pesquisa sobre os contextos pode contribuir para uma compreensão ainda melhor do fundador de Schoenstatt, também como personalidade que, na consciência de sua missão, provoca e suporta oposições na Igreja.
Dom Ackermann deixa claro na entrevista à katholisch.de que após a suspensão do processo, a Diocese não estará mais ativa na Causa. “Evidentemente, vou acompanhar com interesse se está sendo feita uma pesquisa independente e interdisciplinar sobre a pessoa do Padre Kentenich e quais os seus resultados. Eu, pessoalmente, não participarei da mesma.” Ao mesmo tempo, sublinha ele, “a suspensão do processo de beatificação não significa um julgamento negativo sobre o trabalho mundial de todos aqueles que estão engajados nos vários grupos e institutos do Movimento de Schoenstatt.”