Como surgiu a imagem da Peregrina Original

 Pe. Argemiro Ferraccioli / Ir M Rosequiel Fávero

Assim surgiu esta imagem de graças

Desde que João Pozzobon iniciou sua caminhada com a imagem da Mãe e Rainha de Schoenstatt, já passaram mais de 50 anos. Com a idéia genial de fazer as pequenas imagens peregrinas que visitam as famílias, em 1959, este seu empenho apostólico se multiplicou lentamente, a ponto de, na atualidade, ter se tornado um verdadeiro fenômeno. Nas mais de 90 nações onde foi aceita, a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, literalmente ‘invade’ escolas, prisões, hospitais, estabelecimentos comerciais e milhões de famílias, levando às pessoas as graças dos Santuários de Schoenstatt.

Há sempre um grande interesse pela história da assim chamada ‘Imagem Peregrina Original’, ou seja, a imagem da Mãe e Rainha de Schoenstatt que João Pozzobon recebeu em 1950 e carregou durante 35 anos. Antes de morrer, João Pozzobon confiou esta imagem histórica às Irmãs de Maria de Schoenstatt, que a custodiam no Centro Mariano, sede do Movimento de Schoenstatt em Santa Maria.

Assim é a sua verdadeira história

É de conhecimento geral em Santa Maria, e também confirmado pelo próprio João Pozzobon nas suas anotações, que em 1950 foram feitas algumas imagens ‘iguais’ da Mãe Três Vezes Admirável, em madeira e na forma do Santuário (Falou-se muito tempo de três imagens, João Pozzobon se recorda de quatro imagens iguais). Estas foram confiadas a homens do Movimento para peregrinarem entre as famílias em preparação à proclamação do dogma da Assunção de Maria. Isto contradiz a versão que teriam existido três modelos diferentes de Imagens Peregrinas e que um destes teria sido entregue a João Pozzobon. Existem nas crônicas do Movimento de Santa Maria fotos de outubro de 1950, com quatro imagens ‘peregrinas’.

Infelizmente, não existem notícias do paradeiro destas outras imagens nem da identidade dos outros homens que exerceram este apostolado. Eles devem ter feito o que lhes foi proposto: peregrinar com a imagem durante pouco tempo, até a proclamação do dogma. João Pozzobon continuou ‘somente’ por mais 35 anos!

Da metade dos anos 40 à metade dos anos 50, a devoção à Mãe e Rainha de Schoenstatt foi criando raízes em Santa Maria e nos arredores. Depois da inauguração do Santuário Tabor, foram organizadas muitas romarias e procissões. Por isso, foram feitas também outras imagens da Mãe Três Vezes Admirável, em madeira e na forma de Santuário, um pouco menores que a Mãe Peregrina Original. A crônica do Movimento de Santa Maria relata que, por exemplo, em 1953, na 2ª edição da Romaria da Primavera, participaram três mil pessoas e foram trazidas ao Santuário quinze (!) imagens da Mãe e Rainha. Provavelmente, trata-se destas imagens.

Como surgiu o formato da Imagem

Quanto ao formato da Imagem Peregrina Original, existem documentos que afirmam que – como modelo – foi tomada uma pequena imagem da Mãe e Rainha em madeira e na forma de Santuário, vinda da Alemanha e pertencente a um grupo de Irmãs de Maria. A Irmã proprietária desta imagem, deixou descrito detalhadamente os diálogos com a Ir. M. Terezinha sobre os planos de fazer as ‘imagens peregrinas’ segundo o modelo da sua capelinha.

A própria Ir. M Terezinha ainda vivia quando era já contada a história que o modelo da Imagem Peregrina Original foi tirado da imagem deste grupo de Irmãs. E ela nunca se opôs a esta versão, o que testemunha a sua veracidade. Já quanto ao lugar onde foram fabricadas as imagens, quando perguntado por Pe. Esteban Uriburu, João Pozzobon não duvidou em indicar uma escola técnica de marcenaria dirigida, na época, por Irmãos Maristas. (A ‘Escola de Artes e Ofícios’, situada na Avenida Rio Branco, em Santa Maria, extinta nos anos 80.)

Quem teve a idéia de fazer peregrinar a imagem da Mãe e Rainha nas famílias?

É difícil responder esta pergunta. Segundo os testemunhos de João Pozzobon, sabemos que Pe. Celestino Trevisan e Ir. M. Terezinha propuseram esta idéia aos membros do Movimento e mandaram fazer as imagens. Foi em setembro de 1950, durante um retiro para homens, onde se estimulou a oração do terço seguindo as sugestões dadas pelo Papa de então, Pio XII.

É possível que, em Santa Maria, se tenham inspirado em exemplos como o de Nueva Helvetia, mas deve-se levar em consideração que o costume de fazer peregrinar imagens nas famílias já era conhecido no Brasil, especialmente em regiões de colonização italiana. Também as Irmãs de Maria, para preparar a inauguração da sua casa em Santa Maria, no ano de 1945, visitaram as famílias da paróquia com um ‘altar portátil da MTA’. As anotações de João Pozzobon em seu diário, ainda antes do início da Campanha, relatam também o seu desejo de fazer algo pela salvação das famílias e que ele há mais tempo refletia o que poderia fazer pela Mãe de Deus.

É interessante recordar que João Pozzobon, juntamente com outras pessoas do Movimento, fez sua consagração de Carta Branca no Santuário Tabor em 18 de outubro de 1950, pouco mais de um mês depois de iniciar a Campanha, sob o lema ‘ser vítima para a santificação das famílias’. E, na preparação para este dia, escreveu no seu diário que estava consciente de ser chamado por Maria a uma missão e de estar preparado ‘para tudo’.

 

Fonte:  https://schoenstatt.org.br/

 

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