Suellen Figueiredo e Ariel Stival – A juventude é sem dúvida uma das fases da vida em que conhecer Schoenstatt e se inflamar por grandes ideais é muito mais fácil e contagiante.  A transição orgânica da juventude para as outras comunidades dentro do Movimento foi um dos desafios identificados durante o congresso de Pentecostes realizado de 8 a 12 de junho de 2022 em Schoenstatt, lugar de origem do Movimento de Schoenstatt.

Hoje, observamos a realidade de que muitos jovens que participaram ou participam efetivamente por anos nos grupos da Juventude Feminina ou Masculina de Schoenstatt (Jufem e Jumas) em suas Dioceses, ao chegar ao início da vida adulta, tem dificuldade de fazer a transição para outras comunidades de forma orgânica. Eles já não se sentem completamente satisfeitos com o conteúdo e as atividades da juventude. Embora os ideais permaneçam, o seu estilo de vida e os desafios são outros. Com isso, essa mudança necessária, que deveria ser algo natural, pode se tornar um momento de discernimento.

Da Jufem para a Liga Apostólica Feminina

A Jaqueline Montoya, hoje na Liga Feminina (LAFS), nos conta como foi essa transição, depois de anos da Jufem:

“Eu participei da Jufem por muitos anos e, obviamente, na hora de me despedir não foi fácil. Toda mudança causa insegurança e comigo não foi diferente. Mesmo sabendo sobre a Lafs (Liga Apostólica Feminina de Schoenstatt) e conhecendo algumas liguistas, a mudança de ramo também teve seus desafios. Para muitas, o primeiro impedimento é pensar na questão da idade, já que a Liga tem mulheres em diversas etapas da vida, algumas já mais velhas. Porém, esse foi um ponto que me surpreendeu positivamente.

A acolhida que recebemos delas foi muito especial. Em todos os momentos partilhados, até agora, vimos a abertura das gerações mais antigas para com as mais jovens. Vimos nelas a alegria de se reinflamar com o fogo novo que vem nascendo aos poucos e ao mesmo tempo partilhar vivências incríveis, que os anos na liga proporcionaram!

Nós chegamos na Lafs já com o Centenário Internacional do Ramo e logo na sequência o Jubileu de Ouro – 50 anos de fundação no Brasil! Então fomos bebendo da história – Obs.: falo chegamos no plural porque não fui só eu, mas também outras ‘Sempre Jufens’ que percorreram essa mudança comigo.

Os desafios

Acho que o maior desafio foi entender esse novo lugar em Schoenstatt, ir absorvr e entender a beleza do ideal ‘Tabernáculo Vivo’. Realmente não é só ‘virar uma chavinha na cabeça’ e apagar o ideal de ‘Lírio do Pai, Tabor para o mundo!” Mas, é entender que nesta nova etapa da vida somos chamadas a uma nova missão.

Outro desafio é que enquanto juventude, estamos acostumados a sermos reconhecidos em toda Família de Schoenstatt, etc. Agora, quando falamos da Lafs (Liga Feminina), nem sempre nos conhecem e reconhecem ou sabem sobre o nosso ramo. Esta não é uma realidade em todos os locais, mas aqui foi um pouco do que passamos. O que também é uma boa oportunidade de contar sobre quem somos, desmistificar algumas coisas….explicar que sim, existe Lafs Jovem, que sim, quem está na Lafs pode casar, entre tantos mitos que muitas vezes a gente ouve.

Ter abertura para o novo

Como toda ‘iniciante’, neste caminho de transição também fizemos questão de seguir lentamente. Atualmente, estou num grupo formado somente por jovens que pertenceram à Jufem. Juntas, conquistamos a camiseta da Lafs, no meio do ano, para realmente ir ‘vestindo a camisa’ do novo ramo, aprendendo sobre o ideal, o símbolo, e somente agora vamos renovar nossa Aliança, com o ideal Tabernáculo Vivo.

Acho que o mais importante nesse processo de transição para outro ramo é a abertura para o novo, dar a chance de conhecer, sem preconceitos e ir encontrando seu espaço. A juventude é uma fase da nossa vida, mas não é o fim. Uma vez, pediram para que eu gravasse um vídeo explicando sobre a Lafs e eu comecei com a frase: ‘Existe vida em Schoenstatt pós Jufem’. Acho que essa afirmativa ainda vale muito. Cada uma deve ir conhecendo e buscando encontrar seu espaço”

Do Jumas para a Liga dos Homens

E para os rapazes, essa transição pode ser mais difícil. Pois, em muitos regionais ainda não existe a liga de homens, como nos conta Ariel Stival, que hoje atua na fundação da Liga de Homens de Schoenstatt, em Frederico Westphalen/RS:

“Não é fácil chegar em um momento da vida e abrir mão do Jumas. Pois, na juventude os ideais são vividos de uma forma muito forte e, para mim especialmente, o Jumas foi um divisor de águas. Porém, é chegado um momento de nossas vidas em que os anseios da Juventude já não encaixam mais. Nós já estamos pensando em nossa vida profissional, em formar uma família e sentimos falta desses aspectos na caminhada. É nesse momento que o fogo do Jumas começa a ser pouco.

Mas, ao contrário do que muitos pensam, não é preciso abandonar Schoenstatt, nem ingressar na comunidade dos Irmãos, ou casar para ter a oportunidade de escolher um dos ramos da obra de famílias. A opção para esses jovens, que já não se encaixam mais no Jumas, é a Liga dos Homens.

Sim a transição é difícil e, no meu caso, foi mais difícil ainda, pois, aqui em Frederico Westphalen, não existia esse Ramo e tive que fundar o ramo, que ainda está em processo de fundação e engatinhando. Porém, eu já me sinto encaixado nos ideais dos homens.

Viver na prática profissional, o que se aprende no Jumas

A Liga dos homens nos apresenta a presença de Maria na nova sociedade. Como ser os homens novos, que o Jumas tanto prega, dentro da nossa realidade social, em nossos trabalhos. O que no Jumas era aplicado para a vida escolar e dentro do grupo de vida, agora avança para novas fronteiras, para sermos verdadeiros Schoenstattianos na sociedade, de modo geral. Isso me encantou, pois vejo nesses ideais um grande desafio. Sim, não é fácil. Mas, nós temos meios que alcançar esses aspectos em nossa vida.

Sou muito grato à Juventude Masculina de Schoenstatt. Mas, hoje estou realizado sendo membro da Liga Apostólica dos Homens.”

Liga dos Homens de Schoenstatt

A Liga Apostólica dos Homens de Schoenstatt tem como aspiração a mesma linha da Juventude Masculina: formar homens novos, educados por Maria, que sejam “o Rosto Visível do Pai” aqui na terra. Porém, com especial foco na área profissional – nos seus ambientes de trabalho, com seus colegas e superiores.

De forma resumida, os membros são chamados a viver a santidade da vida diária, pela Aliança de Amor com a Mãe e Rainha e a vinculação ao Santuário. Desse modo, colaboram na missão de Maria, de levar Cristo ao mundo, visando formar autênticas identidades masculinas, com uma postura de filho diante de Deus e de pai diante dos homens.


Liga Feminina de Schoenstatt

A Liga Apostólica Feminina de Schoenstatt é formada por mulheres de coração jovem, de “bem com a vida”, profissionais inseridas e atuantes na sociedade.

Selando, com a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, uma Aliança de Amor e descobrimos nela, a Mulher por excelência, a Bendita entre as Mulheres e a temos como nossa Educadora.

Conclusão:

A entrada na vida adulta envolve negociações entre dependência e autonomia. Dentro de um contexto sociocultural, mais amplo, os processos que permeiam a transição da juventude para a vida adulta, hoje, são bastante complexos. Mas, em Schoenstatt é possível ter ajuda para isso.

Se você participa do Jumas ou da Jufem e neste momento busca se encaixar na sociedade, busque os ramos adultos – Ligas Apostólica Feminina e Liga Apostólica dos Homens – que sem dúvida esse processo irá lhe ajudar em sua caminhada social.

 

Fonte: Schoenstatt Brasil