Às vezes penso que deveríamos colocar uma placa na porta das paróquias dizendo “Entrada livre”.
As paróquias devem ser comunidades próximas, sem burocracia, centradas nas pessoas e onde se encontre o dom dos sacramentos.
Elas devem voltar a ser escolas de serviço e generosidade, com suas portas sempre abertas aos excluídos. E aos incluídos. A todos.
As paróquias não são um clube para poucos, algo que dá uma certa pertença social.
Por favor, sejamos ousados.
Vamos todos repensar o estilo de nossas comunidades paroquiais.
Rezemos para que as paróquias, pondo no centro a comunhão, a comunhão das pessoas, a comunhão eclesial, sejam cada vez mais comunidades de fé, de fraternidade e de acolhimento aos mais necessitados.
O que o Papa Francisco espera das paróquias? Comunidades próximas, abertas e generosas
O novo Vídeo do Papa chama as paróquias a serem verdadeiras comunidades: centros de escuta, de acolhida e com as portas sempre abertas.
A mensagem de Francisco enfatiza que as paróquias devem funcionar como “escolas de serviço e generosidade” onde se encontra o “dom dos sacramentos”.
Ao mesmo tempo, o Santo Padre pede para sermos “ousados”, para poder repensar “o estilo de nossas comunidades paroquiais”.
(Cidade do Vaticano, 30 de janeiro de 2023) – O segundo Vídeo do Papa desse ano acaba de ser lançado com a intenção de oração que o Santo Padre confia a toda a Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. Em fevereiro, o Papa Francisco nos convida a colocar uma placa em cada paróquia dizendo: “Entrada livre”. Com isto, ele quer nos lembrar a todos que não há requisitos especiais para entrar, pois “as paróquias não são um clube para poucos, algo que dá uma certa pertença social”.
A riqueza da Igreja
O exterior de uma bela igreja paroquial, porém vazia. Então a própria paróquia, cheia de gente, torna-se ainda mais bonita. Assim começa o Vídeo do Papa deste mês, lembrando-nos que a riqueza da Igreja não está nos edifícios, mas nas pessoas que vêm a eles. As paróquias em que o Papa Francisco pensa são, de fato, “comunidades próximas, sem burocracia, centradas nas pessoas e onde se encontre o dom dos sacramentos”. As imagens, de paróquias de todo o mundo, mostram encontros de convivências, conversações, distribuição de material para os mais necessitados, visitas a idosos e doentes, shows, eventos internos e externos. É um vídeo cheio de vida, a vida que flui nas paróquias e que continua a torná-las – num mundo em que é cada vez mais fácil se retirar para dentro de si mesmo e que tende a preferir os pontos de encontro virtuais em vez dos presenciais – pontos de referência para muitos, onde a arte do encontro é aprendida.
A Igreja entre as casas
Já na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, publicada no início de seu pontificado, o Papa Francisco havia enfatizado a centralidade da paróquia: “embora não seja certamente a única instituição evangelizadora”, ele havia escrito, citando uma expressão de João Paulo II em Christifideles laici, a paróquia tem a particularidade de ser “a própria Igreja que vive entre as casas de seus filhos e filhas”. Por esta razão, deve estar “em contato com as casas e a vida do povo” e não se tornar uma estrutura separada do povo ou um grupo de pessoas selecionadas que olham a si mesmas. Mas este “apelo à revisão e renovação das paróquias”, acrescentou ele, “ainda não deu frutos suficientes para aproximá-las ainda mais do povo”.
Repensando o estilo
Neste Vídeo do Papa, o Papa insiste na idéia de que as paróquias devem continuar neste caminho de transformação, que devem ser um centro de acolhida e de escuta: “devem voltar a ser escolas de serviço e generosidade, com suas portas sempre abertas aos excluídos. E aos incluídos. A todos”. O sucesso pode ser alcançado, diz ele, sendo “ousados”: repensar “o estilo de nossas comunidades paroquiais” e “pondo no centro a comunhão, a comunhão das pessoas, a comunhão eclesial”.