Uma Igreja em constante renovação

Schoenstatt à escuta: Terceiro dia do Congresso de Pentecostes
“A Igreja vive numa constante dinâmica de renovação”, assim Padre Walter Heinrich motiva a todos para os temas deste que dia, no qual a meta é ouvir o coração de Deus a pulsar em algumas realidades atuais.

Ser uma Igreja que escuta

Também a Obra de Schoenstatt se construiu e renovou-se sempre de novo, pela capacidade de escuta de nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich. Desde o começo, ele ouviu os congregados e foi se renovando com eles. “A Igreja vive em constante dinâmica de renovação,” uma Igreja fraterna que se move pelo Espírito que se manifesta na vida das pessoas. Nosso Pai e Fundador tinha essa mesma dinâmica, ele queria só o necessário de organização oficial e que as correntes de vida determinem a atmosfera.
Pe. Walter lembra-nos que Papa Francisco diz que a tarefa desafiante é ser uma Igreja que escuta, pois isso é mais do que ouvir. Escutar é aprender com os outros e todos temos que escutar o Espirito Santo. Isso significa sinodalidade.

Para entender a alguém tenho que captar a essência de seu pensar, captar também o que é afetivo, e isso é necessário para nossa cultura. Com essas palavras, ele conduz para Dr. Rodrigo Guerra Lopez, secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina. Clique aqui para assistir

Uma visão sobre a Igreja do futuro

Então, a Família de Schoenstatt escuta sobre a visão para uma Igreja do futuro. Rodrigo fundamenta que a história da Igreja é um processo constante de renovação. Sempre houve grupos tradicionalistas, empenhando-se por uma Igreja do futuro presa ao seu passado, “segundo a visão deles, uma Igreja mais fiel a tradição, que regressa as formas do passado”. Ao mesmo tempo há grupos mais inclinados ao iluminismo, que reduzem a Igreja a pensadores, como se o cristianismo coubesse em nossa cabeça humana. O maior perigo não são essas correntes. A verdade é que somos uma Igreja que olha para a realidade e prossegue com esperança.
Para o conferencista, o principal problema da Igreja de nosso tempo é a redução ética do carisma. “Não podemos reduzir a ressurreição de Jesus a uma ideia, pois se trata da encarnação de Deus, trata-se de uma pessoa”. Somos cristãos pelo encontro com a pessoa de Jesus, a partir disso se inicia uma nova vida. “Não é necessário ser um radiante tradicionalista ou modernista, mas, é necessário o encontro pessoal com Jesus, para ajudar a Igreja a viver o exemplo de Jesus.”

O Documento Lumen Gentiun mostra-nos que o mistério da encarnação se renova em nosso batismo: Somos filhos no Filho, portanto toda a nossa história de vida, nossa dor e sofrimento, está inserida na vida da Trindade. Jesus nos faz sacramentos vivos. Por isso, só podemos viver em comunhão em sinodalidade.

A essência da Igreja é estar sempre em reforma

É importante escutar com humildade, “descobrir que somos pessoas de pensamentos incompletos” (Papa Francisco) e estar em constante conversão, pois, a única força que realmente reforma a Igreja é a transformação dos corações.

Rodrigo reflete ainda sobre a missão do leigo na transformação do mundo, tendo um pé firme nos sacramentos e outro pé firme na atualidade do mundo. Apresenta também que o carisma nos é dado como dom a serviço da Igreja e, como graça, transcende todo aquele que o recebe.

O importante não é estar no Movimento, mas, estar em movimento ao encontro do outro, estar em comunhão, e incluir a todos. O carisma amadurece com a purificação pela Igreja.

Ele destaca ainda que todo Fundador é parte da Igreja, por isso, é preciso cuidar para não o sacralizar, mas, viver sempre na dinâmica da busca de encontrar-se com Deus na sacralidade do outro e ajudar outros a encontrá-lo.

Clique aqui para ver a segunda parte de sua conferência

Vozes do tempo

Na parte da tarde, os participantes puderam escutar um sinal do tempo atual, escolhendo uma das oficinas com os seguintes temas: Poder e participação, Dr. Mariano Pasquale Barbato, Alemanha; Economia, Eduardo Jurado, Equador, Educação, Laura Ramírez, Costa Rica, Espiritualidade, Frei Luiz Carlos Susin, Brasil, e Ecologia, Pedro Weizenmann, Brasil.

Então, em pequenos grupos, sintetizaram o que ressoa de tudo o que foi escutado. Entre outros, estavam as expressões: Compromisso, Dores são missão, O grito da terra e dos pobres, Schoenstatt a serviço, Educação e vínculos, Unidade, Renovar a partir de Kentenich.

Impressões desse dia

Foi um dia com muitas informações sobre diversos âmbitos e realidades do mundo da igreja, da sociedade, de lugares onde estamos, leigos e consagrados. Nas diversas mensagens sobre a Igreja do futuro e o papel dos Movimentos, fui encontrando, ao longo da exposição a mensagem sempre nova de Schoenstatt, como indicadora de caminhos ou como luzes que iluminam essas diversas realidades. Neste momento, estamos num processo de discernimento sobre o plano divino para Schoenstatt e queremos ver o perfil de Schoenstatt em saída para este tempo.
Ir. M. Diná Batista de Souza, Brasil

A impressão com que eu estou a ficar nestes três dias que levamos de congresso é que estamos a entrar numa nova era da nossa Família, mais conscientes da importância dos vínculos a todos os níveis, com uma estrela que nós pode guiar na nossa conversão pessoal e na contribuição que podemos dar na renovação continua da Igreja.

Paulo Galvão, Liga dos Homens, Portugal

Fotos: PressOffice Schönstatt, Brehm

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