Pe. Juan Manuel Perez Romero
Mexicano Servo de Maria
Em 26 de Janeiro, Padre Juan Manuel Pérez Romero partiu para a casa do Pai, onde Maria o abraça como um dos seus filhos amados. Ele foi um exemplo de amor a Maria, servo fiel e instrumento, que colaborou na fundação do Movimento de Schoenstatt, no México. A Família de Schoenstatt, seus filhos espirituais, com tristeza, mas com total confiança no Pai, é grata pela sua entrega, que, no Espírito, deu vida e fecundidade. Ele compreendeu e viveu a missão da Aliança, de uma forma que conquistou muitos corações para a Mãe Santíssima.
Pablo Arias, 6 de março de 2021

A Providência levou o seu servo ao encontro com Maria
A história do Pe. Juan Manuel, durante os seus estudos no seminário, conta-nos da sua experiência, na Alemanha, onde foi providencialmente conduzido ao funeral do Pe. Kentenich, e o seu coração foi transformado pela espiritualidade mariana de Schoenstatt, na qual encontrou o fundamento da colaboração de Maria com Jesus, da família, do Movimento e o ideal “Dilexit Ecclesiam” do Pe. Kentenich.
Então, Pe. Juan Manuel decidiu-se pela missão de Schoenstatt para a Igreja e para o mundo. Recebeu sua formação na história e espiritualidade de Schoenstatt durante o tempo que esteve na Europa e, mais tarde, na América do Sul. O carisma do Padre Kentenich penetrou em seu coração, sua forma paternal, seu jeito de amar e sua maneira de ensinar e partilhar amor e devoção a Nossa Senhora, a Jesus e à Igreja.
A terra de Maria chama para Schoenstatt
Quando ele regressa ao México, as Irmãs de Maria de Schoenstatt, de Lamar, Texas, sentiram-se chamadas por Maria, para estabelecer morada no México e fundar Schoenstatt ali. Deus planejou que o Padre Juan Manuel e elas se encontrassem, em 12 de Abril de 1974. A partir desse encontro a obra da Mãe de Deus começou a dar frutos, pela atuação do Padre Juan Manuel como instrumento serviçal.
Começou a divulgar o Movimento e a formar grupos de jovens, casais e até seminaristas, que como a primeira flor do Jardim de Maria no México, começaram a trabalhar para a construção do Santuário Filial, em Querétaro. Apesar de ser um terreno acidentado, os sinais divinos indicavam que a Mãe gostaria de estabelecer ali sua morada. Em 18 de Outubro de 1980, foi abençoado o primeiro Santuário de Schoenstatt no México: “Maria, Mãe e Rainha, coração fiel da Igreja”.
Servus Mariae
A vida do Padre Juan Manuel Perez fala por si mesma. Ele se dizia um “servo de Maria dedicado à sua missão”. Amava profundamente a Virgem de Guadalupe, Nossa Senhora das Dores de Soriano e a Mãe de Schoenstatt, toda a sua vida e o seu serviço foram consagrados a Maria.
Testemunhos: próximo e amigo
Os testemunhos dos que o conheceram salientam sua figura paternal e amorosa; não como uma “figura mística distante, alguém importante e inatingível, mas como alguém próximo, que te acompanhava até se tornar um verdadeiro amigo”, partilha Raymundo Cervantes, que teve no Padre Juan Manuel seu confessor e diretor espiritual. “Isso impactou meu coração, porque ele estava sempre preocupado com a outra pessoa e para lhe mostrar o amor de Deus”, explica ele.
Ele me ensinou a confiar
Ariel González, que foi tocado pelo coração do Padre Juan Manuel, durante o seu postulado com os Padres de Schoenstatt, relata que aprendeu dele a acolher a missão especial de Maria, uma vez que “pertencer a Schoenstatt é um chamado especial de Deus, por meio de Maria. Somos escolhidos por ela para colaborar com a sua missão”, menciona Ariel. “Padre Juan Manuel ensinou-me a confiar, a ser um instrumento da Mãe Santíssima, a ouvi-la e a amá-la, a responder aos seus pedidos. Ele foi um servo especial de Maria e conquistou o meu coração”, conclui.
Ele era coerente
Outro dos seus amados filhos espirituais, Chucho Picón, de quem foi confessor e diretor espiritual, testemunha: “Ele tinha as qualidades de um verdadeiro servo”. Conta-nos como o Padre Juan Manuel “era coerente, vivia para ser sacerdote, tinha uma agenda sempre apertada. Era professor no seminário, dava conferências a diferentes grupos e atendia em sua paróquia. Ele nunca perdia tempo, sempre tinha alguém para atender. Ele estava também sempre escrevendo, lendo, cuidando de si mesmo, rezando.”.
O espírito do Padre Kentenich vivia nele
“Impressiona-me que ele foi sempre muito pedagógico em sua forma de ensinar, falar e em seus livros”, diz Raymundo. E Chucho partilha: “As suas missas eram didáticas e muito pedagógicas, ele aprofundava a Palavra, ligava as ideias e fazia repetições. Eu sempre saía com a sua mensagem bem marcada em mim”.
Era decidido e próximo, apaixonado por transmitir o amor fiel de Deus que está na Aliança. “Lembro-me que, uma vez, o vi rezar no Santuário, em um dia 15 de setembro, ele me cativou. Agora compreendo sei que nesse dia, há alguns anos, ele estava rezando junto ao Padre Kentenich, porque esteve em seu funeral”, relata Raymundo.


Ele foi um pai para mim
“Era um pai especial, tinha dons especiais e uma sensibilidade para os sacramentos e as almas no purgatório”, partilha Chucho. “Muitos outros padres zombavam dele, pelos seus dons especiais como exemplo, a cura. Ele curou-me, à minha mulher e aos meus filhos. Foi um grande exorcista e um grande lutador contra o diabo”, continua ele.
Assim como o Pe. Kentenich, Pe. Juan Manuel foi acusado e interrogado pelas suas ideias e sua grande sensibilidade para com Deus. Ele conseguiu tocar os corações que eram abertos para deixá-lo ser um pai para eles.
Chucho ainda diz: “Ele foi um pai para mim; me adotou para me dirigir espiritualmente. Ele era exigente, foi me moldando e a exigindo correção na minha vida espiritual e profissional, mas sempre com muito amor. Exigia mudanças radicais, mas eu me sentia sempre à vontade na sua presença”.
Não há dúvidas de que, por carisma, ele tinha um grande amor a Maria, à Eucaristia e ao sacramento da reconciliação. “Era um pai, educado no seu amor pela Mãe de Deus. Ele era totalmente mariano”, relata Chucho.
O legado: Maria era sua aliada
Seu amor por Nossa Senhora trouxe Schoenstatt a Querétaro; foi o primeiro Santuário no México e o primeiro passo para a consolidação da Família de Schoenstatt no país. Esse foi um dos seus maiores dons e legados.
“Maria foi sua aliada, capaz de salvar muitas almas”, partilha Chucho, que também conclui com carinho: “Desejo que um dia se possa colocar uma ermida ou uma placa no Santuário, recordando a sua vida e seu legado. Estou certo de que ele está no céu e, se alguma vez for possível, promover a causa da sua santidade, tenho vídeos e entrevistas com ele.