Mensagem de ressurreição
Na pandemia, nós nos esgotamos. Nossa boa vontade está presa entre as restrições e nossas necessidades. Tudo atua como um pouco de orgulho humano. O poder do homem se tornou relativo. Entretanto as medidas externas chegaram atingiram as nossas almas. O que tudo isso faz com nossos corações?
P. Heinrich Walter
3 de abril de 2021

A vigília da Páscoa nos dá diferentes mensagens sobre esta situação:
No Livro do Êxodo, ouvimos o testemunho dos grandes feitos de Deus. O povo de Israel, em fuga, se encontra numa situação desesperadora. Na frente deles o mar, atrás deles o exército do Faraó. A situação é sem saída. Então o impossível acontece; de alguma forma eles atravessam o mar e o exército egípcio por trás deles se afunda nas águas. Miriam, dançando, canta este evento como um ato glorioso de Deus. Daí vem a sugestão de olhar conscientemente em toda a desesperança para as ações de Deus que aconteceram ao nosso redor.
O profeta Ezequiel descreve uma promessa na difícil época do povo de Israel. Eles são levados de Jerusalém para o exílio, as pessoas que vivem em situação de dispersão. O profeta lhes promete um futuro: Deus vai tirá-los do exílio, Ele os reunirá novamente. Mas ele não fala em restaurar as antigas condições, mas em derramar água pura sobre elas. Deus lhes dá um coração novo, diz ele. A superação da adversidade começa no coração. Deus promete que eles pertencerão a Ele como um só povo. Quando a crise nos atinge por dentro, o novo começa no coração de cada pessoa. Muitas vezes esperamos que os poderosos tomem medidas, mas um futuro estável deve crescer a partir do indivíduo e de dentro. Todos podem começar e assim trazer uma contribuição para todos.


Lemos a mensagem do túmulo vazio, a pesada pedra desapareceu! Jesus ressuscitou do mundo da morte para uma nova vida. Isto não pode ser compreendido com a mente humana, só pode ser visto no efeito. O Papa Bento XVI, em seu livro “Jesus”, fala de um “salto radical mutacional” por meio do qual uma nova dimensão da vida se abre. É uma mutação de força, de segurança, de confiança, de vitalidade que rompe todos os limites. Mas começa silenciosa e delicadamente nos encontros de Jesus com as mulheres no túmulo e com discípulos individualmente. Esta mutação não se manifesta em manifestações públicas de poder e convicção perceptível, mas como uma pequena luz que a partir de dentro irradia por tudo e lentamente vai mudando tudo.
De Schoenstatt, desejo a todos nós para a festa de Páscoa que durante este tempo pascal possamos cantar as maravilhas de Deus, ouvir a promessa do coração novo e perceber em nós mesmos e nos outros, os processos silenciosos de mutação para uma vida renovada.
P. Heinrich Walter